Acordo judicial põe fim a impasse histórico da Ferroeste iniciado em 2007

Um acordo firmado no sistema de conciliação da Justiça Federal da 4ª Região, com intermediação da Procuradoria-Geral do Estado do Paraná, encerrou um impasse jurídico que já durava quase duas décadas envolvendo o Estado e a Ferroeste, responsável pelo ramal ferroviário entre Cascavel e Guarapuava.

O conflito começou em 2007, quando a Ferroeste passou a utilizar material rodante, locomotivas e vagões, pertencente a outras empresas. A origem da disputa remonta ao final dos anos 1990, quando a Ferroeste firmou uma subconcessão com a Ferropar. Com o passar do tempo, a concessionária deixou de cumprir suas obrigações e teve a falência decretada em 2006.

Para evitar a interrupção da operação ferroviária, o Estado requisitou locomotivas e vagões de duas empresas: a Transferro e a Ferrovia Tereza Cristina. A medida acabou judicializada e o processo se arrastou até agora.

Segundo o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, o acordo permite que o Estado avance para a próxima etapa:

"Agora estamos mais do que nunca preparados para dar o passo seguinte, que é a desestatização da Ferroeste. Já contratamos uma consultoria que está desenvolvendo a modelagem para ampliar a carga e os investimentos na região, garantindo melhor logística, menor custo e menor tempo até o Porto de Paranaguá", afirmou.

Pelo acordo, o Estado se compromete a indenizar as empresas proprietárias do material rodante requisitado na época, 15 locomotivas e 62 vagões, que agora permanecem definitivamente com a Ferroeste, hoje operando com cerca de 250 vagões.

O trecho entre Cascavel e Guarapuava é considerado estratégico para o escoamento da produção do agronegócio e para o desempenho industrial do Paraná.

"Nós traremos, nos próximos dias e meses, boas novidades. Estamos discutindo com a Malha Sul e com o Governo Federal como otimizar as operações, visando o setor produtivo e o envio das cargas ao Porto de Paranaguá em menor tempo", concluiu o secretário.

Confira detalhes no vídeo:

Reportagem de Patrícia Cabral | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA