A leitura das 123 páginas do relatório terminou no início da tarde desta quarta-feira (19).
Após 43 depoimentos e 134 dias de trabalhos, o documento elaborado pelo vereador Hudson Moreski foi aprovado por unanimidade entre os membros da comissão.
A CPI foi instaurada após a denúncia de omissão do município no caso do agente de apoio condenado pela Justiça a 30 anos de prisão pelo abuso de um aluno do CMEI do bairro Interlagos, em 2019, quando o menino tinha apenas três anos. Durante as investigações, o servidor não foi afastado do convívio escolar e só foi exonerado após a condenação, da qual ele recorreu em liberdade.
Na análise das falas das mães de crianças que frequentam unidades educacionais do município, ficaram evidentes falhas na rede de proteção à infância. Todas relataram ter comunicado às direções dos Cmeis suspeitas de abuso, agressões ou sintomas graves. Mesmo assim, de acordo com o relatório, as instituições não tomaram providências.
Foram ouvidos coordenadores, professores e servidores da Secretaria Municipal de Educação, além de seis mães de crianças. Também prestaram depoimento a secretária de Educação, Márcia Maldini, o controlador-geral do município, Kletírio Feisler, e o ex-prefeito Leonardo Paranhos. De todos, apenas o ex-chefe do Executivo ficou livre de responsabilidade.
Os demais vereadores vão tomar conhecimento de tudo o que ocorreu durante a CPI por meio do documento que será encaminhado à Mesa Diretora. Já o relatório final será enviado ao Ministério Público e ao Executivo.
O Nucria, núcleo especializado da Polícia Civil que investiga crimes cometidos contra crianças e adolescentes, também deverá receber uma cópia do relatório. O trabalho da CPI se encerra, mas, de acordo com os membros, a luta contra o abuso infantil não para por aqui.
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