A equipe da Catve acompanhou, nesta segunda-feira (10), o início da reconstrução das casas em Rio Bonito do Iguaçu. Muitas famílias continuam desabrigadas depois do temporal que devastou a cidade. A casa de líderes da Igreja Católica se transformou em um dos abrigos que atendem a população. Ali, 26 pessoas encontraram acolhimento, entre elas famílias que perderam tudo.
Paulo Oidella e os dois filhos estão entre os que tentam recomeçar.
"Não é como a casa da gente, né? Porque lá não era casa própria, era alugada, mas nós tínhamos televisão, rádio, tudo. Aqui muda um pouco, mas logo acostuma, logo dá certo", afirma o agricultor.
A Juscelia, grávida de três meses, também está abrigada no local. Ela e o marido saíram apenas com a roupa do corpo.
"Eu estava no mercado trabalhando. A luz apagou, voltou, e alguém gritou que o negócio estava vindo. A gente correu. Graças a Deus, na frente do mercado não deu nada. Só fui ver minha casa ontem. Está tudo destruído. Só sobraram alguns móveis", conta a faxineira.
Enquanto isso, a solidariedade mobiliza a região. Em Laranjeiras do Sul, um ginásio funciona como ponto de arrecadação. Colchões, roupas, alimentos e produtos de higiene chegam a todo momento. Voluntários fazem a triagem e organizam as doações.
A cidade ainda enfrenta dificuldades. A energia elétrica não foi totalmente restabelecida, o sinal de telefonia retorna de forma gradual e apenas o abastecimento de água está normalizado.
A destruição é ampla: 90% de Rio Bonito do Iguaçu foram atingidos pelo tornado. Da casa de alvenaria de Glaci Merlak, aposentada, só sobraram as paredes.
"Durou um minuto e meio, dois, mas parecia uma vida. Aqui estão 30 anos de FGTS. Agora é recomeçar e agradecer a Deus por estar viva", diz.
Moacir Guilman também perdeu tudo.
"Quando olhei, a parte de cima já tinha ido. Tentei correr para o banheiro, mas não tinha mais nada. Voltei e fiquei encostado na parede que acabou me salvando. Aqui eram os quartos, sala, cozinha, área, garagem... tudo foi levado", conta o operador de máquina.
O neto dele, Guilherme Guilman Veiga, de 10 anos, lembra do medo e do alívio ao reencontrar o avô.
"É triste, não só pela casa do vô, mas pela cidade inteira. Quando começou a voar tudo na nossa casa, eu me ajoelhei e comecei a rezar. Peguei a Bíblia, o terço, joguei água benta. Acho que foi isso que protegeu nossa casa. Graças a Deus estamos bem", diz o menino.
Confira detalhes no vídeo:
Reportagem de Déborah Evangelista | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA
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