Roberto Dziura Jr/AEN
Os nomes Maria e João são os mais populares entre os paranaenses e sobrevivem às mudanças geracionais. É o que aponta um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos dados do Censo Demográfico de 2022.
O estudo "Nomes no Brasil", divulgado nesta terça-feira (4), também aponta que o sobrenome Silva está presente em mais de 1,1 milhão de moradores do Estado, enquanto Santos é o vice-líder, usado por mais de 900 mil paranaenses.
O levantamento mostra que 459 mil mulheres registradas no Paraná se chamam Maria, o que representa 4,01% da população feminina. Entre os homens, João aparece em 215 mil registros, o equivalente a 1,88% da população masculina.
A análise histórica do IBGE mostra que a preferência por nomes clássicos e religiosos marcou o Paraná nas primeiras décadas do século XX. Entre os nascidos até 1960, Maria, José, João, Antônio, Ana e Terezinha figuravam de forma recorrente entre os mais escolhidos - um provável reflexo de uma tradição associada à religiosidade católica e à influência de costumes familiares transmitidos entre gerações.
A partir dos anos 1970, o padrão começa a se diversificar. Marcia, Sandra, Adriana, Luciana e Patrícia ganham destaque entre as mulheres, acompanhando uma tendência de nomes mais curtos e sonoros, populares em todo o País. Entre os homens, Marcos, Paulo, Marcelo e Rodrigo tornam-se cada vez mais frequentes.
Nas décadas de 1980 e 1990, a influência da cultura urbana e midiática é mais evidente com o aumento de nomes como Juliana, Vanessa, Bruna, Jéssica, Leandro e Rafael, acompanhados da ascensão de nomes duplos femininos como Ana Paula e Maria Eduarda. No mesmo período, Lucas, Bruno e Gabriel consolidam-se entre os meninos.
A partir dos anos 2000, os registros passam a refletir um perfil ainda mais plural, mesclando nomes clássicos com novas tendências. Maria mantém a liderança, mas divide espaço com Ana, Laura, Alice, Julia e Helena, enquanto João permanece entre os mais comuns ao lado de Davi, Miguel, Arthur e Heitor - nomes que simbolizam a preferência contemporânea por opções curtas, bíblicas e com forte presença nas novas gerações.
Nos últimos anos, os dados apontam para o retorno de nomes tradicionais femininos e a valorização de nomes masculinos curtos e universais. Entre as crianças nascidas após 2020, destacam-se Maria, Ana, Alice, Helena e Laura entre as meninas, e João, Davi, Miguel, Arthur e Heitor entre os meninos.
TENDÊNCIA NACIONAL - O panorama paranaense acompanha de perto a tendência nacional, mas com algumas particularidades. No Brasil, José é o nome masculino mais comum, enquanto no Paraná o posto pertence a João. Luiz e Antônio também aparecem com maior frequência no Estado.
Entre as mulheres, a liderança de Maria e Ana se repete tanto no Paraná quanto no País. No entanto, o Estado apresenta uma presença mais expressiva de nomes contemporâneos como Julia, Amanda e Bruna. Já nomes tradicionais como Francisca e Antonia, comuns nas regiões Norte e Nordeste e que figuram entre mais populares do Brasil, têm baixa incidência entre as paranaenses.
Nos sobrenomes, o Paraná segue de perto o padrão nacional, com Silva, Santos, Oliveira e Souza nas primeiras posições, mas em proporções menores. Entre as particularidades estaduais, está o sobrenome Aparecida, comum no Estado, mas que não figura entre os principais sobrenomes brasileiros.
Também há maior presença relativa de Rosa e Machado entre os paranaenses, associados à colonização do Sul, enquanto nomes como Sousa, Jesus e Santana, comuns em outras regiões, têm baixa incidência no Estado.
Nomes mais comuns entre os paranaenses:
Top 30 - Masculinos
João - 1,88% (215.231)
José - 1,76% (201.264)
Luiz - 0,87% (99.093)
Antônio - 0,83% (94.902)
Pedro - 0,80% (92.007)
Lucas - 0,75% (85.604)
Gabriel - 0,69% (78.862)
Paulo - 0,66% (75.634)
Carlos - 0,59% (67.869)
Marcos - 0,55% (62.573)
Rafael - 0,51% (58.351)
Gustavo - 0,44% (50.796)
Eduardo - 0,43% (48.676)
Davi - 0,42% (47.627)
Miguel - 0,41% (46.729)
Matheus - 0,40% (46.171)
Luis - 0,40% (45.671)
Guilherme - 0,39% (45.079)
Felipe - 0,39% (44.444)
Bruno - 0,36% (40.821)
Marcelo - 0,35% (39.794)
Daniel - 0,35% (39.757)
Leonardo - 0,35% (39.730)
Rodrigo - 0,31% (35.983)
André - 0,31% (35.788)
Arthur - 0,31% (35.103)
Fernando - 0,29% (33.048)
Vitor - 0,29% (32.914)
Leandro - 0,28% (31.732)
Mateus - 0,28% (31.515)
Top 30 - Femininos:
Maria - 4,01% (459.229)
Ana - 1,67% (191.349)
Julia - 0,36% (41.480)
Marcia - 0,33% (37.586)
Amanda - 0,31% (35.458)
Bruna - 0,29% (33.322)
Fernanda - 0,29% (33.268)
Laura - 0,29% (33.202)
Juliana - 0,28% (31.988)
Sandra - 0,28% (31.507)
Adriana - 0,27% (31.326)
Alice - 0,27% (31.254)
Patricia - 0,27% (31.227)
Leticia - 0,27% (30.493)
Aline - 0,27% (30.464)
Jessica - 0,26% (29.779)
Camila - 0,25% (28.233)
Helena - 0,25% (28.153)
Eliane - 0,25% (28.147)
Beatriz - 0,23% (26.778)
Mariana - 0,23% (26.271)
Vanessa - 0,23% (26.157)
Gabriela - 0,22% (25.619)
Terezinha - 0,22% (25.588)
Larissa - 0,22% (25.133)
Luana - 0,21% (24.442)
Aparecida - 0,21% (24.433)
Roseli - 0,21% (24.335)
Isabela - 0,21% (24.264)
Vera - 0,20% (22.646)
Sobrenomes mais frequentes no Paraná
Silva - 9,93% (1.136.394)
Santos - 7,93% (907.061)
Oliveira - 4,85% (555.029)
Souza - 3,55% (405.835)
Ferreira - 2,44% (279.161)
Pereira - 2,41% (275.603)
Lima - 2,33% (266.381)
Rodrigues - 2,15% (245.701)
Alves - 2,05% (234.891)
Ribeiro - 1,63% (186.953)
Costa - 1,32% (151.510)
Martins - 1,24% (141.786)
Almeida - 1,13% (129.743)
Gonçalves - 1,06% (121.015)
Gomes - 1,05% (120.143)
Machado - 0,95% (108.980)
Aparecida - 0,92% (105.518)
Lopes - 0,92% (105.509)
Barbosa - 0,87% (99.790)
Soares - 0,84% (96.528)
Carvalho - 0,84% (96.031)
Nascimento - 0,83% (94.470)
Fernandes - 0,80% (92.077)
Vieira - 0,80% (92.073)
Rocha - 0,80% (91.315)
Rosa - 0,79% (90.385)
Dias - 0,78% (89.639)
Batista - 0,76% (86.586)
Andrade - 0,71% (80.853)
Araújo - 0,70% (80.369)
LEVANTAMENTO - O projeto Nomes no Brasil tem por base as listas de moradores dos domicílios durante a coleta dos dados do Censo 2022. Foram registrados, em dois campos distintos, o nome e o sobrenome completo de todos os moradores informados pelo entrevistado na data de referência.
Para fins de divulgação, do campo "nome" considerou-se apenas o primeiro nome informado e, para o campo "sobrenome", foi feita uma frequência dos sobrenomes, não importando a ordem em que foram registrados. Também não foram previstos sinais diacríticos (acento agudo, circunflexo, grave, cedilha, trema e til); assim, nomes como Antônio, Cauã, Luís e Luísa foram considerados sem tais sinais.
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