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Cemitério Castelo Branco, em Cascavel, será mantido e revitalizado pela prefeitura

Espaço quase centenário tem valor histórico e cultural; local seria desativado


O Cemitério Castelo Branco, que estava previsto para ser desativado em Cascavel, será mantido pela prefeitura. A decisão veio após mais de dez famílias procurarem a Autarquia de Serviços e Obras Públicas (ACESC) para reivindicar a preservação do espaço, onde estão sepultados parentes.

De acordo com o diretor-presidente da ACESC, Rômulo Quintino, o contato das famílias mudou o rumo da situação.

"Apareceram mais de dez famílias com parentes sepultados no local, e a partir disso podemos discutir juntos uma solução. O espaço estava em estado de abandono porque não havia manutenção por parte dos familiares. Agora, com essa identificação, podemos pensar em medidas conjuntas para revitalização", afirmou.

O cemitério é um dos mais antigos de Cascavel. Um dos registros mais remotos é o de Maria Ribeiro, sepultada em novembro de 1925, há quase 100 anos. Para historiadores, o espaço tem importância que vai além do valor religioso, com possíveis ligações à Revolução de 1924, um dos episódios marcantes da história brasileira.

"Seguramente, este cemitério surgiu à época dos rebeldes de 1924. Ele fica ao lado da antiga estrada patrulhada e utilizada pelos revoltosos. É bem possível que alguns tenham sido enterrados aqui após confrontos", explicou o economista e historiador Vander Piaia.

O local, entretanto, apresenta sinais visíveis de degradação. Túmulos podem ter sido cobertos pela erosão, já que o terreno é em declive. A posição às margens da antiga Estrada Velha reforça o potencial histórico do cemitério, que pode abrigar sepulturas de pessoas ligadas à formação do Oeste do Paraná.

"Esse cemitério é uma relíquia dos tempos pioneiros. Infelizmente, Cascavel não tem tradição em conservar seus marcos históricos. Se nada for feito, logo não restará nenhum registro do nosso passado. É urgente preservar esse espaço, que é um patrimônio cultural da cidade", completou Piaia.

A ACESC reconheceu que não tinha conhecimento da relevância histórica do local. Agora, o órgão pretende se reunir com historiadores e familiares para definir ações de preservação.

"Iremos nos reunir para levantar dados e realizar um trabalho de relevância para a cidade", finalizou Quintino.

Confira detalhes no vídeo:


Reportagem de Diego Hellstrom | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA

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