Conhecer as Cataratas do Iguaçu pelo lado argentino é uma experiência única. Mas, para quem vai de carro, o trajeto não se resume a atravessar a Ponte Internacional Tancredo Neves, a chamada "ponte da fraternidade". O processo migratório costuma ser demorado e, muitas vezes, frustrante.
"Levamos em torno de três horas para cruzar a fronteira. Em casos excepcionais, quatro horas e meia, e já tivemos registros de mais de oito horas de espera", afirma Jin Bruno Petrycoski, secretário de Turismo de Foz do Iguaçu.
Na última semana, um representante do governo argentino sobrevoou a área para avaliar a situação. Segundo o secretário, a reação foi imediata:
"Ele ficou assustado. Disse que a situação é grave, porque eles também percebem que estamos impedindo um fluxo econômico de passageiros. O Mercosul foi criado para favorecer a circulação de pessoas, bens e serviços. Uma fila dessas joga contra esse ideal", relatou Petrycoski.
Para mudar esse cenário, o governo argentino anunciou a implantação do reconhecimento facial e digital nas fronteiras, medida já publicada no Diário Oficial do país vizinho. A modernização deverá impactar diretamente a rotina da travessia em Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú.
Segundo informações, a estrutura da aduana argentina já conta com o sistema em funcionamento para cidadãos locais. A previsão é de que, em breve, a tecnologia seja ampliada a viajantes estrangeiros, ainda sem data definida.
Enquanto isso, a Secretaria de Turismo de Foz de Iguaçu tenta negociar medidas para reduzir as filas. Uma proposta já foi apresentada:
"A integração de um sistema entre as polícias federais para aceitar a CNH digital. Acreditamos que isso pode reduzir em pelo menos 80% o tempo de espera. Sabemos que as decisões finais não cabem à Secretaria ou ao município, mas estamos atentos e sempre apresentando soluções", concluiu Petrycoski.
Confira detalhes no vídeo:
Reportagem de Renan Gouvêa | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA
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