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Siprovel é contra a instalação de câmeras em cmeis e escolas de Cascavel

Sindicato entrou com uma ação para impedir a contratação dos dispositivos


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Catve

O Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Cascavel (Siprovel) entrou com uma ação contra a instalação de câmeras de monitoramento em escolas e cmeis de Cascavel. A licitação para a contratação dos dispositivos começou em julho de 2025.

No começo de setembro foi homologada a empresa vencedora, mas o município foi surpreendido com essa ação civil pública contra a licitação.

A presidente do Siprovel, Gilsiane Peiter, explicou que o sindicato é contra câmeras dentro das salas, mas é a favor dos dispositivos nas áreas comuns.

"A gente considera extremamente importante a questão das câmeras nas áreas comuns, mas, mais fundamental do que isso é a gente garantir profissionais em sala de aula [...], segurança é fundamental, mas a administração não pode vender a ideia de que isso é a solução dos problemas", disse Gilsiane.

A Procuradoria Jurídica do município já foi notificada e deve se manifestar entre hoje (16) e amanhã (17).

A Secretária de Educação, Marcia Baldini, disse que já tem câmeras funcionando dentro de algumas instituições e que a situação tem sido bem aceita pelos pais e professores.

A intenção é instalar entre 25 e 30 dispositivos em cmeis, ainda este ano e, depois, ampliar para as escolas municipais.

"Foi surpresa porque já há bastante tempo a gente vem trabalhando com esse processo licitatório [...]. Inclusive nós já temos dentro das salas de aula seis unidades escolares que possuem câmeras de monitoramento e isso vem dando muito certo", comentou a secretária.

Marcia também disse que não é na questão de monitorar, e sim, de acompanhar a segurança daqueles que estão nas unidades escolares.

Um dos argumentos utilizados pelo Siprovel é que as câmeras em sala tirariam a privacidade dos profissionais. A secretária disse que isso não vai acontecer porque as imagens ficam armazenadas e são utilizadas apenas quando ocorre algo que precisa ser verificado.

A recente ação do sindicato levanta até uma série de reflexões sobre os limites entre segurança, privacidade e vigilância no ambiente escolar. Em um mundo cada vez mais vigiado, com câmeras em ruas, ônibus, lojas e até em residências, é inevitável questionar por que os espaços escolares estariam imunes a esse tipo de monitoramento.

O sindicato alega preocupação com a privacidade dos profissionais da educação, mas é legítimo perguntar: o que exatamente se teme? A instalação de câmeras ajuda a coibir violência, protege as crianças e os próprios funcionários. É até uma forma de resguardar os professores de falsas acusações.

Quando usada de forma ética e transparente, a vigilância pode ser uma aliada e não uma inimiga.

A discussão, portanto, não deve ser apenas de "câmeras sim ou não?", mas sim: onde, como e com qual finalidade elas serão utilizadas? Quem terá acesso às imagens? Haverá controle social sobre esse monitoramento?

Em vez de um embate judicial direto, talvez o caminho mais produtivo fosse o diálogo entre o sindicato, a Secretaria de Educação e a comunidade escolar, com o objetivo de estabelecer diretrizes claras, respeitando direitos, mas também, garantindo a segurança de todos.

Afinal, vigilância sem critério pode virar opressão, mas a recusa total ao monitoramento, em tempos tão complexos, pode soar como resistência infundada à transparência.

Confira os detalhes no vídeo acima.


Reportagem Déborah Evangelista | CATVE

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