O arcebispo de Cascavel, Dom José Mário Scalon Angonese, quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre as denúncias contra um padre da Arquidiocese, afastado das funções religiosas e investigado por suspeita de abuso.
Segundo o arcebispo, além da apuração policial, a Igreja também conduz um processo interno conforme os protocolos estabelecidos pelo Vaticano. O religioso explicou que as denúncias partiram de testemunhos de pessoas ligadas à paróquia onde o padre atuava.
"Essas denúncias foram escritas a partir de testemunhos do que acontecia lá", disse Dom José Mário.
Procedimentos adotados
Assim que recebeu a denúncia, a Arquidiocese emitiu um decreto de suspensão cautelar, medida que retira o padre de todas as atividades religiosas. O documento foi assinado pelo próprio investigado, e novas testemunhas devem ser ouvidas pela Igreja.
Após a coleta de documentos e relatos, o processo será encaminhado a Roma, que analisará a procedência da denúncia e poderá aplicar penalidades. Nos casos confirmados de pedofilia, a pena máxima é a perda do estado clerical.
Adultos envolvidos
Dom José Mário destacou que, até o momento, não há indícios de envolvimento de menores.
"As famílias e vítimas estão aparecendo e estão sendo acolhidas pela Igreja. Não se trata de pedofilia, mas de situações envolvendo adultos. A partir do que aconteceu, será avaliado se houve abuso de autoridade", explicou.
Prazo do processo
Na esfera religiosa, o trâmite pode levar pelo menos 180 dias: 90 no Brasil e outros 90 no Vaticano. Paralelamente, a investigação criminal segue em segredo de justiça, conduzida pela Polícia Civil e acompanhada pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Confira os detalhes no vídeo:
Reportagem por Patrícia Cabral | Jornal da Catve
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