Foto: Gabriel Rosa/AEN
Todos os dias, 16 brasileiros perdem a vida em afogamentos. Quatro dessas pessoas são crianças e uma delas se afoga dentro da própria casa, em piscinas, bacias e caixas d'água. Os dados brasileiros são apenas uma parte de um alerta mundial que motivou a criação do Dia Mundial da Prevenção do Afogamento, 25 de julho, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) está em campanha permanente, divulgando dicas de conscientização para diminuir os índices no estado. Com o apoio da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a corporação concentra esforços em ações para que os afogamentos não ocorram.
No primeiro semestre deste ano, o CBMPR atendeu a 583 ocorrências de afogamento. De acordo com o comandante-geral da corporação, coronel Antônio Geraldo Hiller, ações simples podem evitar tragédias. "O afogamento é silencioso e quase sempre evitável. Supervisão das crianças, além do respeito às normas de balneabilidade são cuidados fundamentais", afirma.
O verão, é marcante a presença de guarda-vidas militares e civis nas praias do Litoral paranaense, equipados com drones, sonares, lanchas e helicópteros para resgates seguros. "Realizamos milhares de orientações diárias a banhistas, sinalizamos áreas seguras com bandeiras e distribuímos pulseiras para identificar crianças", exemplifica o comandante. "Nosso objetivo é reduzir ao máximo os riscos em rios, piscinas e no mar. Em caso de emergência ligue para o 193. Não entre na água sem supervisão, use colete em embarcações e respeite sempre a sinalização do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná", reforça o coronel Hiller.
Segundo a Sobrasa, o Paraná é um dos estados com maior redução de óbitos por grupo de 100 mil habitantes. Foram quase 58% menos mortes em 2023 em relação a quando a medição foi criada, há 26 anos. "A análise é sobre dados do SUS, com amostragem até dois anos atrás, mas o índice é muito significativo", explica o vice-presidente da Sobrasa, coronel Edemilson de Barros.
A entidade movimenta voluntários e apoia forças de segurança em todo o país com programas e campanhas com crianças, adolescentes e adultos. "O programa Município Mais Resiliente em Afogamento leva orientações às prefeituras de cidades com lagos e praias em ambientes seguros", explica o coronel Edemilson de Barros.
No Paraná, monumentos públicos estarão iluminados de azul no Dia Mundial da Prevenção do Afogamento como parte do movimento Go Blue, uma campanha global para dar visibilidade à causa. Em Curitiba, o Palácio Iguaçu, sede do Governo do Estado, o Museu Oscar Niemeyer (MON) e o Jardim Botânico, entre outros símbolos da capital paranaense estarão destacados.
NÚMEROS - Quando os números de afogamentos no Brasil são dispostos de maneira ampla, a questão se mostra ainda mais urgente. São seis mil brasileiros mortos por dia em rios, lagos, represas, mar e piscinas. As crianças são vítimas dentro de casa por descuidos rápidos dos adultos. Os afogamentos acontecem quando elas brincam perto das piscinas, banheiras ou quaisquer recipientes com água.
De todas as mortes de crianças de até 9 anos no país, 54% acontecem em residências. As maiores de 10 anos, assim como os adultos, se afogam mais em rios, represas e praias. Mesmo as crianças de quatro a 12 anos de idade que sabem nadar perdem a vida presas em bombas de sucção de piscinas. No Brasil, são dois adolescentes mortos em afogamento por dia.
Mais de 90% de todas as mortes poderiam ter sido evitadas. As tragédias acontecem porque os riscos são ignorados, as pessoas não respeitam os limites pessoais ou não têm conhecimento das noções básicas de como agir nas situações.
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AEN/PR
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