Há 46 anos, o Walkman mudava para sempre a forma de ouvir música

1º de julho de 1979 — Uma data histórica que marcou o início de uma nova era no consumo de música em todo o mundo. Foi nesse dia que a Sony lançou no Japão o Walkman, primeiro aparelho portátil de música que permitiria ouvir fitas cassete em movimento, revolucionando completamente a experiência musical individual.

A ideia surgiu do cofundador da Sony, Masaru Ibuka, apaixonado por música clássica e cansado de precisar ficar preso a aparelhos grandes e estáticos. Ele sonhava em escutar suas canções favoritas em qualquer lugar e propôs à equipe de engenharia a criação de um dispositivo pequeno, leve e de uso pessoal.

Assim nasceu o Sony Walkman TPS-L2, com acabamento azul e prata, capacidade para fitas cassete, microfone embutido e dois conectores para fones de ouvido — permitindo, inclusive, que duas pessoas ouvissem juntas. Lançado por US$ 150 na época, o aparelho rapidamente se tornou um sucesso no Japão: foram mais de 50 mil unidades vendidas em apenas dois meses.

O impacto do Walkman foi imediato e profundo. Até então, ouvir música era uma atividade coletiva ou restrita a espaços fixos, como casas, carros ou festas. Com o Walkman, pela primeira vez, as pessoas podiam criar uma trilha sonora pessoal para suas vidas, em qualquer lugar: no transporte público, nas caminhadas ou mesmo durante exercícios físicos.

A novidade chegou aos Estados Unidos em junho de 1980, ampliando o fenômeno globalmente. Com ele, as fitas cassete passaram a dominar as vendas, superando inclusive os discos de vinil, que até então reinavam absolutos. Nos anos seguintes, a linha se expandiu e inspirou novos modelos como o Discman, lançado em 1984, adaptado para CDs — consolidando ainda mais o conceito de "música portátil".

O Walkman não apenas transformou a indústria musical, mas também o comportamento social e cultural de uma geração. Ele abriu caminho para fones de ouvido, MP3 players, iPods e, mais recentemente, os aplicativos de streaming no celular.

Mesmo depois de 46 anos, o legado do Walkman segue vivo: a liberdade de levar a música para onde quiser, quando quiser, do seu jeito. Uma revolução portátil que mudou para sempre a forma como o mundo ouve música. 

Antonio Mendonça/ Catve.com