Foto: Vatican News
No Dia Internacional de Combate às Drogas, celebrado na quinta-feira (26), o Papa Leão XIV reuniu cerca de 3.500 pessoas no Pátio São Dâmaso, no Vaticano, e fez um apelo contundente: convocou os jovens a serem protagonistas de uma transformação global diante das crises causadas pelas drogas e outras formas de dependência.
Durante o encontro, o Pontífice chamou atenção para a urgência da causa. "A droga e as dependências são uma prisão invisível que todos somos chamados a libertar", declarou. "O dia de hoje nos compromete em uma luta que não pode ser abandonada enquanto, ao nosso redor, alguém ainda estiver aprisionado."
Leão XIV destacou que a luta contra as drogas vai além da repressão ao usuário. "É mais fácil combater as vítimas. Com demasiada frequência, travou-se e continua-se a travar a guerra contra os pobres, enchendo as prisões com aqueles que são apenas o último elo de uma cadeia de morte. Quem segura essa cadeia nas mãos, por outro lado, mantém influência e impunidade", alertou.
Dados preocupantes
A mensagem do Papa vem no mesmo momento em que o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) divulgou novo relatório. Segundo o documento, cerca de 316 milhões de pessoas usaram alguma droga ilícita em 2023 - o equivalente a 6% da população global entre 15 e 65 anos.
No Brasil, apesar da estabilização do consumo de cocaína e crack na última década, o país segue como o segundo maior consumidor dessas drogas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo o 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD).
Esperança, dignidade e compromisso
Em seu discurso, o Papa também relacionou a mensagem de superação ao Ano Santo do Jubileu, que será celebrado em 2025. Ele reforçou que a esperança é o caminho para restaurar a dignidade daqueles afetados pela dependência. "A nossa missão é vencer o mal, combater a injustiça e reencontrar a alegria - juntos. A humanidade precisa de vocês", disse aos jovens.
Ao finalizar a fala, Leão XIV fez um apelo por mais políticas públicas e ações pastorais voltadas ao acolhimento, e não ao julgamento. "As nossas cidades não devem ser libertadas dos marginalizados, mas da marginalização. Não devem ser limpas dos desesperados, mas do desespero."
Antonio Mendonça/ Catve.com/ Vatican News
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