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Bebê ID: Paraná amplia projeto de biometria neonatal para todas as maternidades públicas

Investimento é de R$ 2,8 milhões será implementado em 77 unidades no estado


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Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Com o objetivo de ampliar o sistema de proteção de crianças e mães paranaenses, o Governo do Paraná vai garantir biometria neonatal a todos os bebês nascidos em maternidades do Estado. O projeto Bebê ID foi anunciado nesta segunda-feira (26), com a assinatura do termo de cooperação técnica pelo vice-governador Darci Piana.

"Mais uma vez o Paraná larga na frente, com uma solução inovadora para dar mais segurança e dignidade às famílias do nosso Estado. De agora em diante, as nossas crianças sairão do hospital já identificadas e protegidas. É mais uma medida pioneira que o Paraná desenvolve e que servirá de exemplo para o restante do Brasil", afirmou Darci Piana.

O Bebê ID é uma iniciativa vinculada ao Programa Criança e Adolescente Protegidos, do Tribunal de Justiça do Paraná, que visa assegurar o direito à identidade civil desde o nascimento, prevenir o sub-registro e fortalecer a rede de segurança pública, especialmente no combate ao desaparecimento de crianças.

"Esta é uma medida que ajuda a combater casos como trocas de bebês e sequestros, por exemplo. O Paraná está usando da tecnologia para evitar situações como estas, que chocam a sociedade. É o Estado mostrando o respeito que tem à vida, desde o início", afirmou o secretário de Justiça e Cidadania, Santin Roveda.

A medida será implementada nas 77 maternidades públicas do Estado, beneficiando recém-nascidos, crianças de 0 a 5 anos e suas mães. O investimento será de R$ 2,8 milhões, com recursos da Secretaria de Inovação e Inteligência Artificial via Fundo Paraná.

"Este é um projeto que envolve uma série de órgãos, fruto do esforço de muitas pessoas, que representa um passo enorme na segurança do Paraná e na proteção de suas famílias", disse o secretário de Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani.

SEGURANÇA - Antes da expansão, o projeto foi testado entre 2022 e 2024 na maternidade do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Nesse período, foram coletadas cerca de 240 amostras biomédicas por mês, o que resultou em uma coleta total de 5 mil digitais de neonatos e mães. O piloto confirmou a viabilidade técnica da solução e resultou na criação de um protocolo específico de aplicação em maternidades.

A iniciativa tem como propósito ampliar o acesso à cidadania e fortalecer políticas públicas integradas nas áreas da saúde, justiça e segurança. Além disso, fortalece a rede de proteção e agiliza as investigações em casos de sequestro, desaparecimento, adoção ilegal e tráfico de pessoas.

"É um projeto inédito, com foco em prevenir principalmente a troca de bebês, mas não apenas isso. São dados importantes que, se bem captados desde o início, podem ajudar também na localização de qualquer criança, caso haja um desaparecimento no futuro", disse o secretário da Saúde, Beto Preto.

O projeto é resultado da atuação conjunta de instituições como o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), da Secretaria da Justiça e Cidadania (Seju); da Secretaria da Saúde (Sesa), encarregada da coleta biométrica nas maternidades; e da Secretaria de Inovação (Seia), que apoia tecnicamente e financeiramente a iniciativa, com suporte tecnológico da Celepar.

O Bebê ID inclui, ainda, crianças matriculadas na rede pública estadual e municipal, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e casos de natimortos, promovendo um amplo mapeamento da identificação civil.

"Quando uma pessoa tem o registro civil, ela se torna visível perante a sociedade. O Bebê ID é uma derivação de uma série de programas que visavam a identificação de crianças e adolescentes que chegam, agora, a uma nova fase", afirmou a presidente do TJPR, Lídia Maejima.

A desembargadora, inclusive, foi a idealizadora de uma das primeiras políticas públicas conduzidas no Paraná nesta área, com o projeto Impressão Digital, criado em 1990 no TJPR, com foco no combate à falsificação de documentos. Nas décadas seguintes, o projeto evoluiu para o programa Criança e Adolescente Protegidos, que passou a garantir o direito à identidade por jovens em situação de vulnerabilidade.

Desde então, o programa já emitiu mais de 611 mil carteiras de identidade, atendendo mais da metade do público infantil e adolescente do Paraná com biometria oficial, consolidando o Estado como referência nacional em políticas públicas de proteção à infância.

INOVAÇÃO - A tecnologia utilizada para o Bebê ID foi desenvolvida pela empresa paranaense Infant.ID e é capaz de capturar impressões digitais palmares e plantares dos recém-nascidos com alta resolução (mais de 5.000 dpi), antes da alta hospitalar de forma confortável, rápida e segura.

O scanner biométrico utilizado para o registro da biometria possui certificação do FBI e, também, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST). Os dados são criptografados, o que atende a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). As informações coletadas ficam à disposição exclusivamente do poder público para fins de investigação, identificação, confecção de documentos e monitoramento de fronteiras.

AEN/PR

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