© Marcello Casal JrAgência Brasil
Dados do Panorama do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 5,2% da população de Cascavel possui algum tipo de deficiência. O município aparece na posição 5.048 no ranking nacional da proporção de pessoas com deficiência.
Segundo o levantamento, 4,8% dos homens e 5,6% das mulheres no município enfrentam algum tipo de limitação física, sensorial ou intelectual. A diferença entre os sexos pode indicar maior propensão de mulheres a relatar deficiências ou ainda um reflexo da longevidade feminina, já que a maioria das deficiências se acentua com o avanço da idade.
Incidência cresce com a idade
O levantamento revela que a frequência de deficiências aumenta significativamente conforme o envelhecimento da população. Veja os índices:
A escalada dos percentuais conforme a idade indica que as deficiências estão diretamente ligadas ao envelhecimento da população, como perda de visão, audição, mobilidade e funções mentais. Os dados reforçam a necessidade de políticas de saúde pública voltadas à população idosa, como fisioterapia, reabilitação e apoio psicossocial.
Diferenças por cor e raça
Quando observada a raça/cor, os dados apontam os seguintes percentuais de pessoas com deficiência:
A taxa elevada entre indígenas pode sugerir desigualdades históricas de acesso à saúde e serviços públicos. Também é possível que haja subnotificação em outros grupos, ou que as deficiências entre indígenas estejam relacionadas a condições de vida mais precárias.
Tipos mais comuns de deficiência
Esses números podem indicar desafios de mobilidade urbana, necessidade de adaptações em espaços públicos e privados, e carência de diagnósticos precoces para deficiências cognitivas.
Desigualdade na educação
O Censo também revela profunda desigualdade no acesso à educação entre pessoas com e sem deficiência:
A diferença pode indicar barreiras de acessibilidade nas escolas, falta de inclusão pedagógica, ausência de professores capacitados, e desafios econômicos enfrentados por famílias com pessoas com deficiência. O dado também aponta uma possível relação entre baixa escolaridade e dificuldades de inserção no mercado de trabalho.
Autismo em Cascavel
O Censo estima que 1,3% da população de Cascavel tenha diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre os homens, o percentual é de 1,6%, enquanto entre as mulheres é de 1,1%.
Por raça/cor, os índices são:
A prevalência de autismo entre indígenas e amarelos levanta hipóteses sobre fatores genéticos, ambientais ou sociais ainda pouco estudados na região. A diferença entre homens e mulheres segue um padrão observado em diversos estudos internacionais, com o TEA sendo mais comumente diagnosticado em meninos.
Os dados ainda podem indicar melhoria na identificação e diagnóstico do transtorno nos últimos anos, ou um aumento real na incidência, o que deve ser acompanhado por políticas públicas nas áreas de educação especializada e saúde mental.
Antonio Mendonça/ Catve.com
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