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IBGE aponta que 5,2% da população de Cascavel têm algum tipo de deficiência

Isso corresponde a mais de 20 mil moradores


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© Marcello Casal JrAgência Brasil

Dados do Panorama do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 5,2% da população de Cascavel possui algum tipo de deficiência. O município aparece na posição 5.048 no ranking nacional da proporção de pessoas com deficiência.

Segundo o levantamento, 4,8% dos homens e 5,6% das mulheres no município enfrentam algum tipo de limitação física, sensorial ou intelectual. A diferença entre os sexos pode indicar maior propensão de mulheres a relatar deficiências ou ainda um reflexo da longevidade feminina, já que a maioria das deficiências se acentua com o avanço da idade.

Incidência cresce com a idade

O levantamento revela que a frequência de deficiências aumenta significativamente conforme o envelhecimento da população. Veja os índices:

  • De 2 a 14 anos: 2%
  • De 15 a 59 anos: 3,7%
  • De 60 a 69 anos: 11,1%
  • De 70 a 74 anos: 15,8%
  • De 75 a 79 anos: 24,2%
  • De 80 a 84 anos: 32,2%
  • De 85 a 89 anos: 41,5%
  • De 90 a 94 anos: 60%
  • De 95 a 99 anos: 67%
  • Com 100 anos ou mais: 100%


A escalada dos percentuais conforme a idade indica que as deficiências estão diretamente ligadas ao envelhecimento da população, como perda de visão, audição, mobilidade e funções mentais. Os dados reforçam a necessidade de políticas de saúde pública voltadas à população idosa, como fisioterapia, reabilitação e apoio psicossocial.

Diferenças por cor e raça

Quando observada a raça/cor, os dados apontam os seguintes percentuais de pessoas com deficiência:

  • Pretos: 4,5%
  • Amarelos: 4,5%
  • Pardos: 5,3%
  • Indígenas: 9,7%


A taxa elevada entre indígenas pode sugerir desigualdades históricas de acesso à saúde e serviços públicos. Também é possível que haja subnotificação em outros grupos, ou que as deficiências entre indígenas estejam relacionadas a condições de vida mais precárias.

Tipos mais comuns de deficiência

  • Entre os tipos de dificuldade enfrentadas pelos cascavelenses, os dados revelam:
  • Enxergar: 2,6%
  • Andar ou subir escadas: 2%
  • Ouvir: 1,1%
  • Limitações motoras finas (como pegar pequenos objetos ou abrir garrafas): 1%
  • Limitações mentais: 1,1%


Esses números podem indicar desafios de mobilidade urbana, necessidade de adaptações em espaços públicos e privados, e carência de diagnósticos precoces para deficiências cognitivas.

Desigualdade na educação

O Censo também revela profunda desigualdade no acesso à educação entre pessoas com e sem deficiência:

  • Sem instrução ou fundamental incompleto:
  • Com deficiência: 62,83%
  • Sem deficiência: 24,62%
  • Ensino fundamental completo e médio incompleto:
  • Com deficiência: 9,94%
  • Sem deficiência: 14%
  • Médio completo e superior incompleto:
  • Com deficiência: 18,89%
  • Sem deficiência: 35,15%
  • Superior completo:
  • Com deficiência: 8,34%
  • Sem deficiência: 26,23%


A diferença pode indicar barreiras de acessibilidade nas escolas, falta de inclusão pedagógica, ausência de professores capacitados, e desafios econômicos enfrentados por famílias com pessoas com deficiência. O dado também aponta uma possível relação entre baixa escolaridade e dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

Autismo em Cascavel

O Censo estima que 1,3% da população de Cascavel tenha diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre os homens, o percentual é de 1,6%, enquanto entre as mulheres é de 1,1%.

Por raça/cor, os índices são:

  • Brancos: 1,3%
  • Pretos: 1,1%
  • Amarelos: 2,7%
  • Pardos: 1,3%
  • Indígenas: 4%


A prevalência de autismo entre indígenas e amarelos levanta hipóteses sobre fatores genéticos, ambientais ou sociais ainda pouco estudados na região. A diferença entre homens e mulheres segue um padrão observado em diversos estudos internacionais, com o TEA sendo mais comumente diagnosticado em meninos.

Os dados ainda podem indicar melhoria na identificação e diagnóstico do transtorno nos últimos anos, ou um aumento real na incidência, o que deve ser acompanhado por políticas públicas nas áreas de educação especializada e saúde mental.

Antonio Mendonça/ Catve.com

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