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Foz do Iguaçu tem mais de 22 mil moradores vivendo em áreas consideradas como favelas

Dados são do último censo e foram divulgados recentemente pelo IBGE


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Foto: Christian Rizzi - Câmara Foz

Foz do Iguaçu tem mais de 22 mil moradores vivendo em favelas, aponta Censo do IBGE

Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que Foz do Iguaçu tem 33 favelas ou comunidades urbanas, onde vivem atualmente 22.843 pessoas. Isso representa cerca de 8% da população total do município. No ranking nacional, Foz ocupa a posição 8.285 entre os municípios com maior população residente em áreas de favela.

A densidade demográfica nessas regiões chega a 8.360,9 habitantes por km², evidenciando alta concentração populacional e pressão sobre a infraestrutura urbana.

População por cor/raça: total do município x favelas

Raça/Cor Total em Foz Em favelas

  • Branca 57,11% 42,95%
  • Parda 36,88% 50,22%
  • Preta 5,15% 6,48%
  • Amarela 0,7% 0,11%
  • Indígena 0,17% 0,23%


Os dados indicam maior vulnerabilidade social para pardos e pretos, que estão mais presentes nas comunidades, enquanto a população branca é maioria fora das favelas. O índice reforça desigualdades raciais históricas.

Educação: diferença de acesso

A taxa de alfabetização na população total do município é de 96,7%. Já nas favelas, 91,65% dos moradores sabem ler e escrever. A diferença de cinco pontos percentuais aponta para desigualdade no acesso à educação básica e oportunidades de estudo.

Condições de infraestrutura nos domicílios x Favelas

  • Conexão à rede de esgoto 79,33% 53,33%
  • Abastecimento de água (rede geral) 96,23% 96,88%
  • Banheiro de uso exclusivo 99,92% 99,73%
  • Coleta de lixo 99,58% 98,39%
  • Água canalizada dentro da casa 99,72% 99,5%

A rede de esgoto é o maior gargalo, com quase metade das moradias em favelas sem conexão adequada. Por outro lado, o abastecimento de água e a coleta de lixo têm cobertura alta, mostrando avanços importantes, mesmo em áreas vulneráveis.

Perfil da população nas comunidades

  • Total de domicílios em favelas: 8.035
  • Proporção em relação ao total de domicílios de Foz: 6,89%
  • Idade mediana: 27 anos
  • Índice de envelhecimento: 33,8 (pessoas com 60+ a cada 100 com até 14 anos)
  • Razão de sexo: 94 homens para cada 100 mulheres

As comunidades são predominantemente jovens, mas já apresentam sinais de envelhecimento da população. A diferença de sexo mostra maior presença feminina, o que pode sugerir maior número de mães chefes de família ou abandono paterno.

O que os dados indicam?

Os dados do IBGE revelam um retrato claro: a pobreza tem cor, CEP e consequências. Pardos e pretos são maioria nas comunidades, vivem com menor acesso ao esgoto, menor taxa de alfabetização e estão mais expostos a riscos sociais.

Ainda assim, o levantamento também mostra resiliência: apesar das dificuldades, o acesso à água e coleta de lixo está quase universalizado, o que pode ser resultado de investimentos municipais nos últimos anos.

Por outro lado, o grande déficit em esgoto tratado e o recorte racial dos dados acendem alerta para políticas públicas mais eficazes e direcionadas. Urbanização, educação e programas de renda devem mirar essas regiões para reduzir desigualdades e garantir dignidade à população.

Antonio Mendonça/ Catve.com

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