Foto: Christian Rizzi - Câmara Foz
Foz do Iguaçu tem mais de 22 mil moradores vivendo em favelas, aponta Censo do IBGE
Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que Foz do Iguaçu tem 33 favelas ou comunidades urbanas, onde vivem atualmente 22.843 pessoas. Isso representa cerca de 8% da população total do município. No ranking nacional, Foz ocupa a posição 8.285 entre os municípios com maior população residente em áreas de favela.
A densidade demográfica nessas regiões chega a 8.360,9 habitantes por km², evidenciando alta concentração populacional e pressão sobre a infraestrutura urbana.
População por cor/raça: total do município x favelas
Raça/Cor Total em Foz Em favelas
Os dados indicam maior vulnerabilidade social para pardos e pretos, que estão mais presentes nas comunidades, enquanto a população branca é maioria fora das favelas. O índice reforça desigualdades raciais históricas.
Educação: diferença de acesso
A taxa de alfabetização na população total do município é de 96,7%. Já nas favelas, 91,65% dos moradores sabem ler e escrever. A diferença de cinco pontos percentuais aponta para desigualdade no acesso à educação básica e oportunidades de estudo.
Condições de infraestrutura nos domicílios x Favelas
A rede de esgoto é o maior gargalo, com quase metade das moradias em favelas sem conexão adequada. Por outro lado, o abastecimento de água e a coleta de lixo têm cobertura alta, mostrando avanços importantes, mesmo em áreas vulneráveis.
Perfil da população nas comunidades
As comunidades são predominantemente jovens, mas já apresentam sinais de envelhecimento da população. A diferença de sexo mostra maior presença feminina, o que pode sugerir maior número de mães chefes de família ou abandono paterno.
O que os dados indicam?
Os dados do IBGE revelam um retrato claro: a pobreza tem cor, CEP e consequências. Pardos e pretos são maioria nas comunidades, vivem com menor acesso ao esgoto, menor taxa de alfabetização e estão mais expostos a riscos sociais.
Ainda assim, o levantamento também mostra resiliência: apesar das dificuldades, o acesso à água e coleta de lixo está quase universalizado, o que pode ser resultado de investimentos municipais nos últimos anos.
Por outro lado, o grande déficit em esgoto tratado e o recorte racial dos dados acendem alerta para políticas públicas mais eficazes e direcionadas. Urbanização, educação e programas de renda devem mirar essas regiões para reduzir desigualdades e garantir dignidade à população.
Antonio Mendonça/ Catve.com
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