A dor da perda se transformou em palavras repletas de amor e saudade.
Nesta sexta-feira (14/03) onze dias após perder a irmã, Gabriela, de 15 anos, compartilhou um texto comovente em homenagem à Maria Cecília, de apenas um ano. A pequena faleceu no último dia 3 de março.
Maria caiu da janela do apartamento, de uma altura estimada em nove metros. A queda, que aconteceu no dia 20 de fevereiro, resultou em uma grave lesão na cabeça da criança, que não resistiu aos ferimentos.
No texto, Gabriela compartilhou a esperança que teve por 14 anos de ter uma irmã, a alegria que Maria Cecília trouxe para a vida da família e a dor imensurável da despedida.
"Foram 14 anos de espera. Quatorze anos em que sonhei, imaginei e desejei o dia em que me tornaria irmã mais velha. A expectativa crescia a cada dia, como se dentro de mim houvesse um espaço reservado para você antes mesmo de sua chegada. Eu imaginava como seria ter você ao meu lado, compartilhar segredos, cuidar de você, te ensinar sobre o mundo. E então, finalmente, Deus, com suas mãos delicadas e misteriosas, me presenteou com você."
A homenagem de Gabriela reflete o impacto da curta, mas intensa presença de Maria Cecília.
"Desde o primeiro instante, Maria, tudo mudou. Sua chegada transformou o que eu conhecia, como se a vida tivesse sido repintada em cores mais vivas e intensas. O sol parecia brilhar de um jeito diferente, as manhãs se tornaram mais leves, os dias se encheram de alegria, e cada instante ao seu lado se tornou um tesouro. Você trouxe consigo risadas puras e contagiantes, pequenos gestos que carregavam um amor imenso. Você não apenas uniu nossa família ainda mais, mas trouxe consigo uma felicidade que nunca havíamos experimentado antes"., descreveu a jovem.
O relato também traz o peso da saudade e a dificuldade de aceitar a ausência.
"Eu me lembro do seu cheiro suave e reconfortante, um aroma que ainda parece pairar pelo ar da casa. Sua risada ecoa na minha memória como uma melodia que se recusa a desaparecer, e eu me pego buscando seu rosto entre as sombras, nos reflexos das janelas, na esperança ingênua de que, de alguma forma, você ainda esteja aqui. Seu toque delicado, seu olhar curioso, seu jeitinho único de demonstrar carinho... Cada detalhe seu permanece gravado em mim como um filme que nunca se desgasta. Você era tão pequena, mas imensamente grande em significado. Seu amor, sua presença, sua essência eram maiores do que qualquer palavra pode descrever. Era como se você tivesse vindo ao mundo com um propósito que ultrapassava o tempo, como se sua existência tivesse sido marcada por um brilho especial, intenso e fugaz."
Mesmo em meio à dor, a família encontrou uma forma de transformar a tragédia em um ato de generosidade. Eles decidiram doar os órgãos da pequena Maria Cecília, permitindo que outras vidas fossem salvas.
"No fundo do meu coração, algo me diz que essa história não termina aqui. Eu sei que não acaba nesse mundo... até a eternidade, minha menina", finaliza Gabriela no texto de homenagem.
Observação: Gabriela não era irmã biológica de Maria Cecília, mas o vínculo entre elas ia além do sangue. Sempre se trataram com carinho e se consideravam irmãs de coração. Por esse motivo, foram retratadas dessa forma na reportagem, em respeito ao desejo delas.
Reportagem Alexandra Oliveira / CATVE.com
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