Imagem: Gabriel Rosa/AEN
Apesar de uma queda de 1,8% em sua produção em novembro, na comparação com o mês anterior, a indústria do Paraná seguiu registrando desempenho superior à média nacional em 2024. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14), a variação da produção industrial paranaense foi positiva em relação a novembro de 2023 (4,9%), no acumulado de 2024 (4,2%) e no período dos últimos 12 meses pesquisados (3,8%). Nesses mesmos intervalos, a indústria nacional registrava altas de 1,7%, 3,2% e 3%, respectivamente.
A queda de 1,8% em novembro seguiu uma tendência registrada em quase todo o país. A produção industrial apresentou taxas negativas em nove dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. Espírito Santo (-7,2%) e São Paulo (-4,7%) tiveram os recuos mais acentuados, contribuindo para que a média nacional fosse de -0,6% no mês. Na região Sul, Rio Grande do Sul (-0,8%) e Santa Catarina (-0,6%) também tiveram resultados negativos.
Ano positivo
Mesmo com a queda em novembro, os indicadores da produção industrial do Paraná continuam positivos em 2024. Isso se deve, principalmente, aos desempenhos de 13 das 15 atividades pesquisadas pelo IBGE, que registram crescimento no acumulado do ano. Os maiores destaques são os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (38,8%); veículos (13,4%); móveis (13,4%); produtos de madeira (12,8%); e bebidas (11,6%). Por outro lado, os setores de petróleo e biocombustíveis (-0,9%) e máquinas e equipamentos (-2,2%) seguem com suas produções em baixa.
Cenário e perspectivas
Para o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Vasconcelos, o crescimento acumulado em 2024 é mais uma mostra da força do setor industrial do estado e de sua importância no cenário nacional. Porém, a queda registrada em novembro pode ser um sinal de alerta quanto aos desafios que a indústria brasileira pode enfrentar em 2025.
"Começamos o ano com uma expectativa de que a taxa básica de juros continue subindo, o que interfere diretamente no custo do crédito e dificulta que as indústrias sigam investindo em projetos e equipamentos para expandir sua capacidade produtiva", afirma Vasconcelos. Em sua opinião, investimentos na modernização do parque fabril são essenciais para seguir ampliando a produção, uma vez que as empresas enfrentam dificuldades na contratação de profissionais. "É fundamental promover a modernização do parque industrial brasileiro, com investimentos em tecnologia e automação que permitam às empresas aumentar sua produção e produtividade sem depender exclusivamente da contratação de mão de obra", diz.
Além disso, incertezas no cenário externo e a forte variação cambial também podem interferir na planilha de custos das indústrias, principalmente daquelas que se utilizam de insumos e componentes importados. "Esse aumento de custos pode afetar o preço final dos produtos e impactar também no consumo, desacelerando os níveis de produção", completa o presidente do Sistema Fiep.
assessoria
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