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Compositor por trás do hit nacional ‘Descer pra BC’ viveu em Cascavel por 8 anos

No topo das paradas, sucesso combina sertanejo e megafunk e conecta Paraná a Santa Catarina


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"O Cowboy tá sem vergonha. Hoje eu saio da zona rural. Eu tô bicho solto no pique lobo mau. Meu ano só começa depois do carnaval. Nós vai descer, vai descer. Descer lá pra BC no finalzin do ano".

Nas últimas semanas, esse trecho da música "Descer pra BC" grudou na cabeça dos brasileiros, como chiclete. É o hit do momento - talvez seja a canção de maior sucesso do verão de 2025. Não tem pra onde correr. A música é tocada em todos os lugares e viralizou nas redes sociais.

O sucesso já foi escutado mais de 28,5 milhões de vezes somente no Spotify, ocupando o Top 1 da playlist "Top Brasil". O videoclip oficial, cantado pela dupla sertaneja Brenno & Matheus, tem mais de 5,3 milhões de reproduções no Youtube.

Antes de ser ouvido por todo Brasil, hit foi escrito por paranaense

O rosto por trás do sucesso viral é de João Dalzoto, natural de Laranjeiras do Sul, ele viveu em Cascavel (PR) por cerca de oito anos. Hoje, João mora em Itapema (SC), mas, devido ao trabalho na indústria fonográfica e aos investimentos em outros setores, também reside em Jaguariúna (SP) e Londrina (PR).

João conta que a inspiração surgiu dos conterrâneos, que estão habituados a dizer, sobretudo no fim do ano, "descer para BC", referindo-se às praias de Balneário Camboriú, no litoral catarinense.

Além da expressão que ouvia no Paraná, o criador uniu o estilo sertanejo às batidas do megafunk, que os catarinenses curtem ouvir. Para compor a música há cerca de 40 dias, João viajou até a casa do amigo Dj Ari em Soledade, no Rio Grande do Sul.

"Foi algo que surgiu da minha cabeça e, graças a Deus, deu certo. Porque a gente uniu a letra com as ideias do Dj Ari Sl. O que soma muito da parte do DJ são as melodias; o Ari é um excelente produtor musical e faz um som muito bom", detalha o processo criativo do hit.

"Prefiro pé na areia do que pé no capim"

João conta que não se inspirou em alguém em específico para escrever a letra, mas palpita que, assim como cita na música, existem muitas pessoas que preferem a sombra do guarda-sol e a maresia do mar do que o sol ardente e o suor do trabalho duro na roça.

"Eu sou um que não gosta muito de trabalhar, não. Por isso, eu sou cantor e compositor. Se eu gostasse de trabalhar, eu estava cuidando dos negócios lá na roça. Então, pode ser que seja para mim mesmo", conta e gargalha.

"Inclusive, meu pai faleceu há alguns anos e deixou uma herança. É claro que eu não usufrui de nada disso. Está tudo na mão da minha família, porque eu sempre gostei de buscar o meu espaço e conquistar as minhas coisas, mas pode se dizer que faz parte da minha história eu não gostar muito de trabalho. Eu prefiro cantar e compor. Eu sou mais feliz assim", complementa.

Trajetória de sucesso começou na roça

A história do menino com a música começou a ser escrita enquanto cantava em festas da comunidade e tocava viola. Filho de uma professora e de um motorista de ônibus da Prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu (PR), João trabalhou na roça até os 14 anos.

Depois, deixou Laranjeiras do Sul (PR) para terminar o Ensino Médio em Marechal Cândido Rondon (PR). A graduação em Medicina Veterinária cursou em Guarapuava (PR). Ao terminar a faculdade, foi para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde começou a carreira como cantor, em 2012, e a escrever as suas próprias músicas.

De lá para cá, interrompeu a carreira como cantor por três vezes devido à pandemia, doença e desgaste emocional. João não sobe ao palco para embalar multidões com a sua voz desde 2023, ano em que abriu mão da sua carreira de cantor para se dedicar, exclusivamente, à escrita das canções.


Redação Catve.com

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