O Brasil notoriamente tem sido atingido por crescentes ocorrências de fraudes digitais e ciberataques nos últimos anos. Nesse contexto, a conscientização da utilidade de uma VPN online parece ter crescido, embora ainda tenha muito espaço para melhorar, de acordo com a mais recente pesquisa de uso de VPN comissionada pela empresa de cibersegurança NordVPN.
Esse levantamento ilumina os diferentes aspectos dessa ferramenta e perfis de usuários em 18 países. Quantificando o conhecimento e a adesão à VPN de cada população entre 2020 e 2023, o estudo aponta que 73,9% dos brasileiros sabem de que se trata uma VPN e 32,8% usam a ferramenta.
A segurança é a razão principal do uso de VPN no Brasil, seguida da proteção de privacidade online. Somados, esses propósitos somam 81,4% do motivação de adesão à ferramenta.
Por outro lado, uma lacuna na conscientização relevante observada é que 52,4% do uso nacional de VPN é de serviços gratuitos. Essa é uma prática pouco recomendável por especialistas de cibersegurança, tendo em vista exemplos passados e presentes de serviços que vendem dados de seus clientes para arrecadar fundos (como o notório caso da HolaVPN).
Por fim, o relatório traça um esboço do perfil do usuário brasileiro, caracterizando-o majoritariamente como homem, membro da geração X ou Y, entre 25 e 44 anos e empregado.
Usos diferentes em diversos países
Alguns países se destacam por uma relação mais próxima com VPNs do que outros. Hong Kong, por exemplo, apresenta 87,2% da população ciente desse tipo de ferramenta - 9 entre 10 pessoas na faixa dos 18 aos 54 anos sabem de que se trata.
Entre eles, a adesão é de 50,2% e o principal motivo é a manutenção da privacidade virtual. Embora o relatório não entre em minúcias sobre motivações, é sabido que houve um recrudescimento autoritário na ilha nos últimos anos, especialmente com a perda de autonomia relativa devido à extensão da lei de segurança nacional pela China em 2020.
Dentre os países que menos aderem a VPNs, a Suécia é a principal. Apesar de sua população aparentemente estar familiarizada com a tecnologia (60,9% dos suecos a conhecem), ela é usada por apenas 21,2% dos cidadãos.
A proporção de VPNs gratuitas é sensivelmente mais baixo do que pagas na Suécia. A nação europeia também se destaca por ter pessoas de menor poder aquisitivo e na faixa dos 45 a 60 anos usando VPNs mais frequentemente do que em outros países.
O uso de VPN é um indicativo significante das preocupações com cibersegurança e privacidade. Entretanto, é apenas um dentre muitos fatores que permitem ter uma visão complexas desses temas, como os hábitos de navegação na internet, tempo de tela e o uso de antivírus e outras ferramentas de proteção digital.
Utilidades de uma VPN online
Em 2022, o Brasil contava com 131,5 milhões de pessoas com conexão à internet. A preferência dos brasileiros, registrada na análise Tendências de Social Media 2023, da Comscore, é pelo acesso às redes sociais. O levantamento estimou em 46 horas de conexão à internet por usuário por mês.
Essa quantidade média de tempo de tela não é desprezível e implica em boas práticas e precauções contra cibercriminosos. Nesse contexto, as fraudes virtuais e golpes de engenharia social são alguns dos tipos de ameaças à segurança mais comuns em redes sociais.
O uso de uma VPN não evita golpes como esses, mas cumpre um papel relevante em garantir a proteção online. Ao estabelecer uma rede virtual privada, um serviço de VPN usa criptografia para codificar as comunicações entre o dispositivo e o destino virtual de escolha. Assim, intrusões e alguns tipos de ataques, como os de negação de serviço, podem ser evitados ao navegar na internet.
Esse mecanismo é útil para fins profissionais, em caso de trabalho remoto, mas também para uso doméstico. Também permite ter privacidade em conexões Wi-Fi em lugares públicos, que costumam ser visados por cibercriminosos e golpistas.
Boa parte dos serviços de VPN permitem também escolher um servidor privado localizado em diferentes locais do mundo para estabelecer uma conexão. Isso é prático em vários sentidos. Em primeiro lugar, selecionar um servidor mais próximo pode aumentar a velocidade da internet.
Em segundo lugar, escolher um servidor internacional pode ser útil para acessar páginas limitadas localmente - por exemplo burlar restrições impostas por regimes ditatoriais ou medidas judiciais locais.
Em suma, há bons motivos para considerar a contratação de um bom serviço pago de VPN não como um luxo, mas como um pequeno e útil investimento. Com as vidas cada vez mais conectadas, aumentar a proteção no ambiente digital pode ser fundamental para evitar dissabores e ataques criminosos.
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