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Após decisão de fechar fábrica, petroleiros protestam e falam em 5 mil demissões

Manifestação acontece na frente da fábrica, em Araucária


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Três dias após o anúncio de que a fábrica de fertilizantes da Petrobras será hibernada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, petroleiros fazem um protesto em frente à empresa na manhã desta sexta-feira (17). De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a manifestação acontece simultaneamente em pelo menos outras nove cidades do Brasil. O anúncio oficial da Petrobras fala em 396 desligamentos, mas as entidade sindicais trabalhistas garantem que o "efeito cascata" pode ocasionar quase 5 mil demissões. O secretário de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roni Barbosa, afirma que toda uma cadeira produtiva depende da fábrica e que o baque será muito forte. "Sem a fábrica, outras empresas também serão obrigadas a fechar as portas, então estamos estimando 1,5 mil demissões diretas e outras 4 mil indiretas, em um momento que o desemprego está altíssimo. Será um baque muito forte para o município de Araucária e para o Estado do Paraná também", afirma. Durante o protesto, a Federação também divulgou um estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) que aponta que, somente o município de Araucária, vai sofrer impacto negativo de R$ 75 milhões anuais com a demissão dos trabalhadores e a perda de suas rendas. Com a mobilização, os manifestantes esperam que a decisão seja revista. "Eles alegam prejuízo, mas a fábrica é uma subsidiária da Petrobras, que dá bilhões e bilhões de lucro. Não é razoável isso, até porque a própria refinaria é quem fornece a matéria-prima, então ela tem condições de manter funcionando e evitar uma tragédia", disse. Além de Araucária, manifestantes realizam protestos em Salvador (BA); Canoas (RS); Betim (MG); Paulínia (SP). Ainda estão confirmados atos na Reman (Amazonas), no Polo Guamaré (Rio Grande do Norte), na Refinaria Abreu e Lima e no Terminal de Suape (Pernambuco), no Terminal de Vitória/Tavit (Espírito Santo), na Reduc (Rio de Janeiro) e na Recap (São Paulo). Hibernação Segundo a Petrobras, a decisão de hibernar a fábrica acontece devido aos recorrentes prejuízos desde que foi adquirida em 2013. "Somente de janeiro a setembro de 2019, a Araucária gerou um prejuízo de quase R$ 250 milhões. Para o final de 2020, as previsões indicam que o resultado negativo pode superar R$ 400 milhões". A empresa diz ainda que, no contexto atual de mercado, a matéria-prima utilizada na fábrica (resíduo asfáltico) está mais cara do que seus produtos finais (amônia e ureia) e as projeções para o negócio continuam negativas.

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