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Aeronave que caiu em Cascavel não tinha autorização para sobrevoar cidades

Modelo avaliado em mais de meio milhão é somente para testes e aerodesporto


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O voo realizado de Valinhos - São Paulo até Cascavel - local da queda da aeronave deveria ser considerado irregular, mas o Cenipa denunciou que as normativas da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foram feitas sob pressão da indústria. Aeronaves semelhantes as do acidente, apesar de não possuírem certificado de aero-navegabilidade navegam livremente longas distâncias. Aviões sem certificados, como é o caso do modelo - "Vans Aicraft RV-10" - , não pode fazer nenhum tipo de voo em áreas povoadas, ou seja, sob hipótese alguma sobrevoar em cidades, já que leva risco a outras pessoas. O acidente foi próximo de condomínios residenciais da região Oeste da cidade. O advogado Nelson da Silva Junior, conta que as fabricantes estão suspensas da lista da Anac para conseguir a venda ao público. E ressalta, que a venda neste momento é ilegal. "Essas aeronaves servem somente para aerodesporto e para teste exclusivo do fabricante", aponta. Em nota, a Anac informou que as fabricantes "Flyer", "Octans" (antiga Inpaer), "Paradise" e "Galindo e Galindo" tiveram o direito suspenso, pois não cumpriram etapas necessárias. "Devido ao não cumprimento com alguma etapa do programa, as empresas acima estão suspensas dos privilégios do programa podendo a qualquer momento recupera-los mediante o cumprimento das etapas atrasadas". Esse tipo de aeronave também não é autorizada para Táxi Aéreo. A aeronave foi retirada do local do acidente ainda na noite de sábado (8). Investigação O acidente, que deixou quatro pessoas feridas, será investigado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) que pertence a Força Aérea Brasileira. Até 2015, segundo Junior, não havia investigação em casos de acidentes com aviões experimentais. Porém com a morte do jovem Vitor Augusto, de 19 anos,que saia do Aeroporto Luiz Dalcanalle Filho, em Toledo, em uma aeronave similar apresentou falha mecânica e caiu, muita coisa mudou. As investigações começaram e muitas irregularidades foram encontradas. A aeronave que Vitor Augusto pilotava, por exemplo, deveria ter a troca da mangueira de combustível já antes do primeiro voo na fábrica, mas o fabricante além de não trocar, mentiu que trocou, por isso desprendeu fragmentos e o acidente foi inevitável. Além disso, foi identificada a venda dessas aeronaves, bem como voos interestaduais, e até transporte de passageiros via táxi aéreo. VALOR DE MERCADO A aeronave de fabricação "experimental" Vans Aicraft RV-10 que caiu na plantação de milho próximo da pista do Clube de Ultraleve, tem um alto valor de mercado, o exemplar do ano de 2011 é avaliado em aproximadamente R$750 mil. Nova ela pode custar mais de um milhão de reais.

Redação Catve.com

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