O caso do menino com necessidades especiais que supostamente foi amarrado em uma cadeira no Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) Professora Gracinda Rocha aponta para outros problemas na educação da cidade.
A professora especialista em educação especial, Patricia Reis, que atua no Atendimento Educacional Especializado - o PAP - há pelos menos seis anos destaca que desde o ano passado a forma de abordagem a crianças com necessidades especiais, como deficiência física, auditiva, visual, intelectual e o transtorno do espectro autismo mudou.
Antes, cada aluno especial que era incluído em unidades de ensino tinha direito a professor de apoio para todas as aulas, mas a nova portaria enfatiza que agora o professor deverá atender mais de um aluno por vez e nem sempre o educador acompanha o aprendizado em todas as disciplinas. " O que mudou do ano passado para cá, depois da publicação desta portaria, é que o professor deverá atender mais de um aluno por vez. Isso vale para alunos que estão na mesma série", conta.
A professora conta que a mudança prejudica diretamente o aprendizado dos alunos, já que dependendo da necessidade de cada um o educador precisa se desdobrar para conseguir ensinar três crianças ao mesmo tempo. "Não há nenhuma orientação quando a isso, nem sobre os alunos que chegarão até nós, se tem ou não a mesma deficiência ou o mesmo nível dela. Vale lembrar que os alunos de inclusão escolar estão em uma sala com outras 30 crianças, professora regente e que a função da professora PAP é orientar e adaptar o conteúdo para criar ferramentas de aprendizagem possível para eles", descreve.
O menino que supostamente foi agredido no Cmei do Bairro Interlagos tem necessidades especiais, segundo a mãe, mas não foi bem assistido pela equipe da unidade. O caso chegou a conhecimento das autoridades na noite de segunda-feira (8) e a Prefeitura abriu um processo administrativo para avaliar o caso.
Para que a criança consiga um professor PAP é preciso apresentação de laudos médicos a Divisão de Educação Especial - da Secretaria de Educação e então os documentos são avaliados. A partir disso há ou não a liberação do educador.
Patricia destaca que a dedicação exclusiva do professor é fator determinante para ajudar tanto no aprendizado científico, quanto no processo de autonomia. "É fundamental no processo do indivíduo se tornar um ser autônomo, um trabalhador, um estudante de nível superior, porque não. A função da escola é também auxiliar da família na aquisição da autonomia para ser um adulto, nem que seja, minimamente independente ou absolutamente independente. Esse é o nosso papel", finaliza.
Redação Catve.com
** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo
WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642