Cotidiano

Projeto conscientiza a população para que não de esmolas neste fim de ano

Gesto pode favorecer a permanência de pessoas nas ruas


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O fim de ano chegou e as pessoas ficam mais sensíveis com a aproximação do Natal e Ano Novo, sem falar das confraternizações de empresas que ocorrem nesta época. Muita gente aproveita para realizar doações, ajudar o próximo com cestas básicas, presentes ou simplesmente ofertando uma esmola, para um morador de rua durante a parada do carro em um semáforo. Dar esmolas parece uma coisa simples, sem maldade, ajudando mesmo aquele que precisa. O problema é que fazendo isso muita gente acredita estar se redimindo dos erros cometidos durante o ano. O ato de dar uma simples moeda pode acabar piorando a situação daquela pessoa que pede. Na maioria das vezes quem esta em um sinal de trânsito pedindo um dinheiro, necessita de outro tipo de ajuda. É que boa parte dessa gente é considerada como morador em situação de risco, e praticamente 90% delas são usuárias de drogas. O crack é a droga mais utilizada por elas, por ser a mais barata e mais fácil de conseguir. A secretaria de Ação Social em Londrina vem alertando a população ao logo dos anos, sobre o fato de que dar uma moeda em um semáforo, pode trazer consequências irreversíveis para quem esta recebendo. Existe um projeto chamado Sinal Verde que tenta sensibilizar a população, mostrando que dar esmola, mesmo que bem intencionada, favorece a permanência das pessoas nas ruas, principalmente os adolescentes. Lucineia Maria Ribeiro é psicóloga do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) em Londrina e disse que hoje são mais de 450 pessoas na cidade que vivem de pedir dinheiro para sustentar o vício. A prática de dar esmola provoca exposição a diversos riscos, além de dificultar o acesso a cuidados e proteção. O Programa Sinal Verde, é adequado para o indivíduo que está nas ruas há um bom tempo e se acostumou com a oferta de dinheiro fácil. Um exemplo desses é o de Carla Marin 30 anos, mãe de quatro filhos e grávida do quinto, e que esta há mais de 10 anos nas ruas. Carla conta que concluiu o ensino médio, mas depois de engravidar pela primeira vez, por falta de apoio acabou se envolvendo com as drogas. Viciada em crack, ela ganha em média, R$ 50 por dia e por isso não quer sair dessa vida. Carla sabe dos riscos que esta trazendo para o bebê, e mesmo assim continua nas ruas. Muito desses usuários de drogas que pedem ajuda em semáforos, já foram internados em clínicas de recuperação. Só que após o tratamento boa parte retorna para as ruas. É que eles não contam com apoio da família, muitas das vezes por perderem o contato ou simplesmente, por serem ignorados. Rogério de Souza tem 45 anos de idade e desde os 20 é viciado no Crack. Ele conta que perdeu o contato com sua família no estado de São Paulo há muito tempo. Ele já passou por cinco internações. Ele falou sobre a vida que leva como usuário, mas ainda tem esperança de lagar as drogas, pois agora está recebendo ajuda. A recomendação da secretaria de Ação Social de Londrina é para que as pessoas não deem esmolas e que se quiser ajudar repassem o dinheiro para instituições que cuidam dessas pessoas.

Jornal Catve 2ª edição

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