O cachorro Carlos Ambrósio reencontrou nesta sexta-feira (19), a dona Cremilda da Silva Conceição Caetano, 61 anos, que o espancou com um pedaço de pau no dia 28 de julho, no Bairro Boa Vista, em Cachoeiro de Itapemirim (ES).
O animal reconheceu e abanou o rabo ao se aproximar da idosa no plenário da Câmara de Vereadores, durante a reunião da CPI de Maus-Tratos aos Animais da Assembleia Legislativa.
O delegado Felipe Vivas contou que a idosa foi conduzida até a delegacia no dia do crime para garantir sua integridade física. O vídeo em que a idosa aparece espancado o cachorro foi gravado e postado por um vizinho e já teve mais de 17 milhões de visualizações. "O caso tomou grande proporção por ter sido filmado. As denúncias de maus-tratos em Cachoeiro são poucas. De janeiro até agora, encontramos na delegacia 2,4 mil ocorrências, sendo somente 10 dessas de maus-tratos com animais e duas são desse caso especifico".
O veterinário responsável pelo animal, Marcos Lesqueves, ressaltou durante a audiência que o cachorro chegou debilitado ao local. ?Ele estava com doença de carrapato e com uma condição corporal não aceitável. Ele fez os exames laboratoriais e ganhou um plano de saúde para custear o tratamento. Não estamos pedindo ou recebendo doações, todo o atendimento foi gratuito. O Ambrósio merece ir para uma casa que tenha carinho e amor, porque ele é um cachorro tranquilo e não demonstra em momento nenhum, nem mesmo com dores, ser agressivo?, ressalta o veterinário.
Carlos Ambrósio chegou à clínica com trauma-crânio-encefálico, com perfuração em um dos olhos e estava inconsciente. Ainda, de acordo com o veterinário, ele está em tratamento no olho afetado e por perder a visão. A medicação está sendo ajustada ao tratamento e as melhoras do animal são visíveis.
Por causa de boatos espalhados na internet de que o cachorro apresentado não seria o mesmo que foi espancado pela idosa, foi feita uma acareação entre Ambrósio e Cremilda. Ao se aproximar da dona, o cachorro abanou o rabo, demonstrando reconhecer a agressora. A idosa também reconheceu o cachorro como sendo seu e chorando, disse estar arrependida.
"Eu não posso ter mais esse cachorro. Ele me causou muitos problemas. Ele persegue motos e as crianças do bairro. Estou doando, não quero mais ficar com ele. As pessoas de onde moro me julgam e falam de mim por causa das atitudes do cachorro. Um vizinho jogou o carro em cima de mim, mas disse que a intenção não era me atingir, e sim matar o cachorro", conta a idosa.
Durante o depoimento, Cremilda entrou em contradição algumas vezes. Alegando problemas psiquiátricos, ela disse que perdeu a cabeça no dia da agressão. "Esse cachorro está comigo há 12 anos, mas sempre foi manso. Por causa de ficar correndo atrás das pessoas, pedi ao meu marido para prendê-lo na corrente. Naquele dia, perdi a cabeça. Peguei um pau, que não tinha pregos igual estão falando, e bati. Me arrependi muito e dou graças a Deus que ele não morreu", completa. Os outros dois cachorros de Cremilda estão no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).
Com informações da Folha de Vitória
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