Foto: Reprodução
No dia 14 de maio de 1948, o líder sionista David Ben-Gurion proclamava oficialmente a independência do Estado de Israel, encerrando o mandato britânico na Palestina e dando início a uma nova fase histórica no Oriente Médio. A cerimônia foi realizada no Museu de Telavive e contou com a presença de cerca de 400 líderes judeus, que ouviram emocionados a leitura da declaração de independência e entoaram o hino nacional Hatikva.
A fundação de Israel concretizou o sonho de retorno à terra ancestral após quase dois milênios de diáspora do povo judeu. A bandeira azul e branca com a estrela de Davi foi hasteada enquanto aviões da força judaica Hagana sobrevoavam a cidade, sinalizando que o novo país nascia sob fortes tensões regionais.
Ben-Gurion foi nomeado primeiro-ministro do governo provisório e também assumiu a pasta da Defesa. O novo gabinete contou com 13 ministros e adotou, de forma temporária, parte das leis herdadas do mandato britânico, com exceção das regras que restringiam a imigração judaica.
Reconhecimento e resistência internacional
Logo após a proclamação, os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer oficialmente o novo governo, conforme comunicado divulgado pelo então presidente Harry Truman. Já a Grã-Bretanha se manteve reticente, não reconhecendo de imediato o novo Estado e congelando os créditos palestinos no Banco da Inglaterra.
No mesmo dia, o alto comissário britânico, Sir Alan Cunningham, deixou oficialmente a Palestina, encerrando o controle britânico sobre o território após quase três décadas. Ele partiu de Jerusalém e embarcou em um cruzador britânico no porto de Haifa.
Conflito imediato com forças árabes
Enquanto a independência era celebrada em Telavive, confrontos violentos se intensificavam em várias partes da Palestina. Tropas da Hagana ocupavam pontos estratégicos como São João D’Acre, a cidade de Jafa e outras localidades. Do lado árabe, combatentes reagiram em regiões como Damasco e Beirute, acusando a Grã-Bretanha de favorecer os sionistas e de provocar a tragédia palestina.
A proclamação de Israel marcou o início da primeira guerra árabe-israelense, com tropas de países vizinhos atacando o novo Estado. Mesmo em meio aos confrontos, outros países, como a Guatemala, também reconheceram a independência israelense.
Legado histórico
A fundação de Israel é considerada um marco na geopolítica do século XX e continua sendo um tema central nas relações internacionais e nos conflitos do Oriente Médio. A data é celebrada anualmente em Israel como o Yom Ha’atzmaut, o Dia da Independência.
Brasileiro Oswaldo Aranha
A criação de Israel foi precedida pela aprovação do Plano de Partilha da Palestina pela Assembleia Geral da ONU em 29 de novembro de 1947. O embaixador brasileiro Oswaldo Aranha, então presidente da Assembleia, teve papel decisivo ao adiar a votação para garantir os votos necessários à aprovação da resolução que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro árabe. Sua atuação foi fundamental para o reconhecimento internacional do novo Estado.
Poucas horas após a proclamação, os Estados Unidos reconheceram oficialmente o governo provisório de Israel, tornando-se o primeiro país a fazê-lo. Em contrapartida, a Grã-Bretanha anunciou que não reconheceria o novo Estado naquele momento.
A independência de Israel foi imediatamente contestada por países árabes, que rejeitaram o plano da ONU e iniciaram ações militares contra o novo Estado, dando início à primeira guerra árabe-israelense.
O papel de Oswaldo Aranha é lembrado até hoje em Israel, onde ruas e praças levam seu nome em cidades como Tel Aviv, Jerusalém e Ramat Gan, em reconhecimento à sua contribuição para a criação do Estado judeu.
Antonio Mendonça/ Catve.com
** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642