Política

Aumento da pobreza na Argentina: 15,7 milhões vivem abaixo da linha da pobreza em 2024

Relatório do Indec também aponta que 5,4 milhões de pessoas estão em situação de indigência


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Foto: Reprodução

O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) divulgou que o número de argentinos vivendo abaixo da linha da pobreza cresceu significativamente no primeiro semestre de 2024, alcançando 15,7 milhões de pessoas. O levantamento, que abrange 31 aglomerados urbanos, revela que 52,9% da população, o que corresponde a 4,3 milhões de famílias, se encontra em situação de pobreza.

Cenário Econômico

Durante os primeiros seis meses do governo de Javier Milei, 3,4 milhões de argentinos passaram a integrar a faixa da pobreza, resultando em um aumento de 11,2 pontos percentuais em comparação ao final de 2023, quando 41,7% da população estava nessa condição. Esse agravamento reflete a crise econômica persistente, caracterizada por dívidas elevadas, câmbio instável e uma inflação anual alarmante de 236%.

Indigência em Alta

O relatório do Indec também aponta que 5,4 milhões de pessoas estão em situação de indigência, ou seja, sem acesso a uma cesta básica de alimentos. Esse número representa 18,1% da população, um aumento considerável em relação aos 11,9% registrados no segundo semestre de 2023.

Resultados das Medidas de Ajuste

Apesar da severidade da crise, o governo conseguiu reduzir a inflação mensal, que passou de 25,5% em dezembro de 2023 para 4,2% em junho de 2024. Contudo, o custo social das medidas de ajuste fiscal, incluindo cortes de gastos públicos e aumentos nas tarifas de serviços essenciais como água, gás e transporte, tem sido elevado.

Impacto no Mercado de Trabalho e PIB

O mercado de trabalho argentino foi gravemente afetado, com a pobreza em ascensão e o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolhendo 5,1% no primeiro trimestre e 1,7% no segundo trimestre de 2024. O presidente Milei havia alertado que a economia enfrentaria dificuldades antes de melhorar. Apesar do desgaste social, o governo alcançou um superávit fiscal no primeiro trimestre, o primeiro desde 2008.

Políticas de Ajuste e Reservas

As reservas internacionais do país aumentaram de US$ 21 bilhões em dezembro de 2023 para US$ 30 bilhões em abril de 2024, graças às políticas de ajuste. No entanto, esse valor ainda é insuficiente para estabilizar a economia, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimando que a Argentina precisaria de cerca de US$ 62 bilhões para garantir segurança financeira.

Medidas Fiscais e Comércio Exterior

Para aumentar as reservas, o governo Milei implementou um imposto provisório sobre importações e buscou aumentar as exportações. Em agosto de 2024, as exportações cresceram 14,9% em relação ao ano anterior, enquanto as importações caíram quase 30%, resultando em um saldo positivo na balança comercial.

Da redação Catve com Meio Norte

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