Política

As mudanças e exigências do envelhecimento da população - por Dilceu Sperafico

Aumenta cada mais mais o número de pessoas idosas


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As mudanças da vida moderna estão cada vez mais próximas e serão mais contundentes do que imaginamos, exigindo adaptações de comportamentos e estrutura impensáveis na atualidade. A cidade de Curitiba, por exemplo, já em 2022, deverá ter mais pessoas acima de 60 anos de idade, do que crianças e adolescentes de até 14 anos, segundo estudo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O dado, vale acrescentar, não significa apenas a confirmação das previsões de elevação da expectativa de vida da população, pois no caso da confirmação das previsões, as administrações terão de rever suas prioridades nos investimentos públicos, visando o bem-estar da maioria dos cidadãos. A construção de novas unidades e ampliação de escolas do ensino básico e de creches, por exemplo, deverão ficar em segundo plano, diante da necessidade de investimentos em acessibilidade e de mobilidade segura, em vias e prédios públicos, visando a segurança da maioria da população. As atenções da saúde pública acabarão deixando de lado o atendimento de gestantes e crianças, para dar mais atenção aos idosos, especialmente aqueles que não têm familiares próximos para lhes oferecer o atendimento necessário para uma efetiva qualidade de vida. No caso de Curitiba, vale ressaltar, há o detalhe do clima próprio, com baixas temperaturas e elevada umidade do ar ao longo de boa parte do ano, que trazem graves problemas à saúde de pessoas mais fragilizadas. Curitiba, portanto, está envelhecendo não apenas nas comemorações anuais de aniversário de sua fundação, mas também na resistência física de boa parte de seus moradores . Afinal, em somente quatro anos, a cidade terá mais cidadãos acima dos 60 anos de idade do que menores até 14 anos, projetando para 2022, população estimada em 1.937.699 habitantes, dos quais 332,6 mil serão pessoas idosas ou 17,16% do total de moradores. Já as crianças e adolescentes de até 14 anos somarão 330,8 mil pessoas ou 7,07% da população. O mesmo levantamento antecipa ainda que Curitiba deverá chegar a 2040 com 28% da população com idade avançada, o que significará mais de meio milhão de habitantes idosos, enquanto os mais jovens serão apenas 13% dos moradores. Conforme especialistas, envelhecer implica, inevitavelmente, em mudanças e limitações para as pessoas e suas famílias, pois a terceira idade tende ao confronto com os semelhantes. Ocorre que a extensão da existência humana passa a importar barreiras e aqueles que demoram a aprender a se adaptar aos novos desafios da vida, acabam enfrentando novas e maiores dificuldades na velhice. Esses detalhes reforçam as peculiaridades da cultura de país jovem, que o Brasil ostenta há décadas, com população formada em sua maioria por pessoas ainda em formação, o que está se alterando com o aumento de idosos. Assim, o culto à juventude, de permanecer jovem, que levava os mais velhos à obrigação de ser adulto e transmitir sua experiência, conhecimentos e bom exemplos às novas gerações, deixando suas próprias necessidades em segundo plano. Dessa forma, está se contestando o mito do termo melhor idade como definição da terceira idade, como aconteceu nos últimos anos, pois a fase nem sempre é bela, bem vivida e romantizada, já que na realidade muitos idosos são mantidos em asilos mal estruturados e muitas vezes não recebem qualquer atenção de familiares. *O autor é deputado federal pelo Paraná licenciado e chefe da Casa Civil do Governo do Estado E-mail: [email protected]

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