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Novembro Verde reforça conscientização sobre ostomia em Cascavel

Núcleo Regional de Ostomizados oferece apoio, orientação e acolhimento a pacientes da região oeste


Novembro é o mês de conscientização sobre a ostomia. Em Cascavel, o Núcleo Regional de Ostomizados presta apoio e orientação a pacientes recém-operados e aos que já convivem com o estoma há anos. A reportagem conversou com especialistas e com pessoas que vivem essa realidade diariamente para entender o funcionamento da ostomia e como enfrentar o preconceito.

A ostomia é uma cirurgia que cria uma abertura no abdômen para que o corpo elimine fezes ou urina por meio de uma bolsa coletora. O procedimento pode ser temporário ou permanente e é indicado em casos de doenças graves, inflamações intestinais, acidentes ou câncer. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 400 mil brasileiros vivem com ostomia e muitos enfrentam não só desafios físicos, mas também a falta de informação e o estigma.

"É uma medida médica normalmente usada para salvar vidas. Os pacientes têm muito temor da ostomia, mas, basicamente, ela funciona como um descanso: um desvio das fezes ou da urina quando existe alguma doença ou comprometimento na região", explica o coloproctologista Gustavo Kurachi.

O acompanhamento médico é essencial para a adaptação. Nas primeiras semanas, enfermeiros estomaterapeutas orientam sobre o cuidado com o estoma e a troca da bolsa, que varia conforme cada caso. "No começo, o paciente está debilitado e assustado, porque é algo novo e impactante. Por isso, esse acompanhamento é tão importante, tanto emocional quanto físico, para ele entender como funciona o equipamento", afirma Kurachi.

Em Cascavel, o Núcleo Regional de Ostomizados, localizado ao lado do Hospital Universitário, próximo ao Banco de Leite, recebe pessoas recém-ostomizadas para apoio psicológico, orientações sobre a troca da bolsa e contato com outros pacientes que passaram por processos semelhantes.

"A pessoa que é ostomizada recentemente sai do hospital perdida. Geralmente ela é encaminhada para cá, onde damos os primeiros atendimentos, orientamos sobre a troca da bolsa e ajudamos para que ela tenha uma vida saudável e produtiva na sociedade", destaca Alberto Moi, presidente do Núcleo dos Ostomizados de Cascavel.

O núcleo também conta com o trabalho da estomaterapeuta Lorena Moraes Goetem. Ela reforça que acolhimento e informação são determinantes para a reabilitação. "Atendemos pacientes de toda a região oeste, principalmente de Cascavel, são cerca de 300 pessoas. Algo muito importante é o preparo pré-operatório. Muitos saem do hospital com pouca ou nenhuma orientação. Sempre que atendemos alguém, levamos outro ostomizado junto. O paciente pergunta: ‘Você usa?’ Eu digo que não, sou especialista, mas a pessoa ao meu lado usa. Quando ele vê alguém levando uma vida normal com a bolsa, a recuperação muda completamente", explica.

Wilse Lombardi, cerimonialista, vive com uma bolsa de colostomia há 22 anos. Ela passou pelo procedimento ainda jovem após enfrentar uma doença inflamatória e hoje é referência na conscientização sobre ostomia. "O preconceito sempre existiu e sempre vai existir, por mais divulgação que se faça. As pessoas estão acostumadas com o corpo perfeito. Quando veem algo diferente, surge o preconceito. Mas isso não deveria existir", afirma.

Além do suporte médico, o trabalho do núcleo ajuda a quebrar tabus e combater o estigma. A ostomia é uma deficiência invisível, mas que não impede ninguém de estudar, trabalhar e ter uma vida plena.

O Novembro Verde reforça que informação e empatia são fundamentais para garantir dignidade, inclusão e qualidade de vida a milhares de brasileiros.

Confira detalhes no vídeo:


Reportagem de Diego Hellstrom | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA

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