O excesso de ferro no sangue, conhecido como ferritina alta, tem preocupado especialistas por causar complicações sérias quando não tratado. A condição ocorre quando o organismo acumula mais ferro do que o necessário, podendo afetar órgãos vitais com o passar do tempo.
De acordo com o médico cardiologista Lísias Tomé, diretor do Hospital de Retaguarda de Cascavel, o problema é mais comum do que se imagina e pode trazer consequências graves. "Esse excesso de ferritina se deposita em órgãos importantes, como o fígado, podendo levar à cirrose hepática, e no coração, provocando doenças cardíacas", explica.
A principal forma de tratamento é a sangria terapêutica, ou flebotomia, que consiste na retirada controlada de sangue para reduzir o acúmulo de ferro. "Não existe medicamento para isso. O sangue retirado, cerca de 400 a 500 ml por sessão, é descartado, porque contém muito ferro e não pode ser usado em transfusões", destaca o médico.
A ferritina alta pode ter origem genética, mas também está associada a fatores alimentares, como o consumo excessivo de carnes vermelhas, feijão e vegetais ricos em ferro. Entre os sintomas mais comuns estão fadiga, dores abdominais, palpitações e aumento do fígado.
Planos de saúde costumam cobrir o procedimento, mas o custo em hospitais particulares pode ser elevado. Na rede pública, o paciente deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que encaminham os casos ao Hemocentro ou ao Hospital de Retaguarda, conforme avaliação médica.
"O serviço público faz o encaminhamento para o banco de sangue, onde o caso é reavaliado. Quando há necessidade, o hospital de retaguarda realiza o procedimento, em parceria com a 10ª Regional de Saúde", reforça o Dr. Lísias.
Um dos pacientes em acompanhamento, o vendedor Carlos Perdoncini, de Cascavel, relatou que os exames apontaram níveis de ferritina três vezes acima do ideal. "O excesso causa desconforto, principalmente nos rins e no coração. Preciso fazer a sangria a cada dez dias para aliviar o organismo e controlar o ferro", contou.
O alerta dos especialistas é claro: a ferritina alta deve ser acompanhada por um médico, pois o tratamento precoce evita complicações graves e melhora significativamente a qualidade de vida
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Reportagem de Leandro Souza | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA
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