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A maior biofábrica do mundo de mosquitos Wolbitos foi inaugurada na manhã deste sábado (19) em Curitiba, capital do Paraná. O local fica na Cidade Industrial.
Tem como objetivo combater a dengue e demais arbonirores e procura expandir a implementação do Método Wolbachia. A fábrica conta com mais de 3,5 mil m² de área construída, equipamentos de ponta para automação e criação dos mosquitos com Wolbachia. No funcionamento, há uma equipe de cerca de 70 pessoas.
Inicialmente, a unidade atenderá exclusivamente ao Ministério da Saúde, garantindo a distribuição dos mosquitos Wolbitos para diversas regiões do Brasil com altos índices de dengue.
O evento de inauguração contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que já estava na cidade paranaense desde quinta-feira (17). Além disso, o Luciano Moreira, diretor-presidente da Wolbito do Brasil, também conversou com a equipe de reportagem da Catve e falou sobre a importância da nova empresa e resultados do método até o momento. Veja a entrevista completa no vídeo;
Como surgiu?
É resultado de uma joint venture entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP), uma organização mundial sem fins lucrativos. A implantação do Método Wolbachia resulta do esforço do Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz e o WMP, e beneficiou até o momento cerca de 5 milhões de brasileiros. A previsão é que este número chegue a 70 milhões nos próximos anos, já que o MS incorporou o Método Wolbachia como uma das estratégias nacionais de combate às arboviroses. O IBMP é uma parceria da Fiocruz com o Governo do Paraná.
Em quais locais o método foi implantado?
No Paraná, está implantado em Foz do Iguaçu e Londrina. Já as demais cidades são: Niterói e Rio de Janeiro, Campo Grande, Joinville, Belo Horizonte e Petrolina.
Além disso, há ainda três cidades passando por fase de implantação.
Você sabe o que é esse método?
O Método utiliza mosquitos Aedes aegypti que carregam a Wolbachia, uma bactéria naturalmente presente em mais da metade dos insetos da natureza e que impede o desenvolvimento dos vírus das arboviroses no organismo dos insetos. Quando esses mosquitos se reproduzem, transmitem a Wolbachia para as próximas gerações, reduzindo, desta forma, a transmissão de dengue, Zika e chikungunya.
Antes da liberação dos mosquitos, a equipe da Wolbito, em parceria com as prefeituras, promove uma série de ações informativas e educativas em escolas, unidades de saúde, espaços públicos e associações comunitárias. Também são feitas campanhas educativas em rádios e TVs locais, redes sociais, mídias impressas e rodas de conversa com moradores, para garantir que todos compreendam o que é o método, como funciona e qual seu impacto.
Depois da etapa de comunicação e engajamento é feita a liberação dos Wolbitos no município. As solturas geralmente são realizadas semanalmente, por período determinado e sob a responsabilidade de uma equipe técnica especializada, utilizando veículos e equipamentos próprios. A expectativa é de que, ao longo dos meses, a presença da Wolbachia aumente de forma natural e estável em cada cidade selecionada.
O desenvolvimento do Método Wolbachia para controle de arboviroses teve início em 2008, na Monash University, em Melbourne, na Austrália. O CEO da Wolbito, Luciano Moreira, então pesquisador da Fiocruz, participou do estudo que levou ao achado científico. Na época a Wolbachia foi extraída da mosca-da-fruta e inserida no Aedes aegypti, o que hoje não é mais necessário, pois a criação é de mosquitos descendentes daqueles. O WMP iniciou os estudos no Brasil em 2012, por meio de decisão da Fiocruz de trazer o Método para o país. Em 2014 começaram as liberações em áreas piloto: dois bairros das cidades do Rio de Janeiro e Niterói, respectivamente Tubiacanga e Jurujuba. Foi a partir dessas duas localidades que o Método foi expandido nacionalmente, contando com investimentos da Fiocruz em suas diversas fases ao longo dos anos.
Emanuele Moreira sob supervisão de Alexandra Oliveira | Catve.com com assessoria
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