O esporte como instrumento de vida, saúde, inclusão e de competitividade também. Foi assim que o Vanilto conseguiu reunir valências que ele considera essenciais para melhorar a qualidade de vida após um transplante de rim em 2010.
Essa é a essência do Campeonato Brasileiro de Transplantados, evento que reúne atletas de todo o país que passaram por transplantes de órgãos e hoje celebram a superação por meio do esporte. E para o cascavelense a edição deste ano, realizada no último fim de semanas em Curitiba, foi ainda mais especial. Ele voltou da capital com quatro medalhas. Ouro nos 200 metros, prata nos 400 metros, prata também nos 5km, provas do atletismo e ouro no tênis de mesa. Ele mesmo admite que tantas conquistas assim foram surpreendentes.
Muito além de uma competição, o campeonato é um símbolo de resistência, gratidão e recomeço. Não que seja um recomeço para o Vanilto, porque ele já se acostumou com a rotina de um transplantado, mas é a certeza de que o esporte é essencial para encarar os desafios diários e podendo testar os próprios limites contra adversários de ponta, mais de 200 atletas, na mesma condição dele o faz cada vez mais forte.
Evoluir sempre é o objetivo de um atleta. Pelos resultados do Vanilto as coisas estão acontecendo bem. Em 2022 ele foi campeão brasileiro em apenas uma modalidade, os e 5km. Mas, já esteve até em mundial.
Cada prova do Vanilto carrega histórias importantes de pessoas. Apesar de ele não ter enfrentado uma fila para transplante de rim há 15 anos, porque a doadora foi a mãe dele, ele sabe muito bem o que é isso porque convive com pessoas que não tiveram o mesmo privilégio. Atletas transplantados são a prova viva de que a doação salva-vidas.
A cirurgia do Vanilto não foi das mais complicadas, mas recentemente ele precisou passar por um procedimento cirúrgico para correção do fluxo sanguíneo e a intervenção foi até mais delicada. Ele conta que o tempo de recuperação de um atleta transplantado é muito diferente de um atleta normal. O uso diário de imunossupressor, medicamento para impedir a rejeição do órgão transplantado, também afeta a imunidade. O esporte é uma maneira de fortalecer esse aspecto. O Agente de Segurança Socieducativa lembra da importância de falar sobre o assunto, doação, e carrega consigo um QR Code na camisa para que as pessoas possam acessar um certificado digital que deixa registrado em cartório a vontade de ser um doador. Mas, falar com a família também é importante para reduzir as recusas.
Mais do que medalhas, Vanilto buscam conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos. O campeonato brasileiro de transplantados é uma vitrine poderosa e ele vai continuar correndo para levar a informação a mais pessoas.
Deivid Souza / Hora do Esporte
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