Nesta terça-feira (10), teve jogo da Seleção Brasileira em São Paulo. O Brasil derrotou o Paraguai e está classificado para a Copa do Mundo do ano que vem.
Para um torcedor aqui de Cascavel, a preparação da seleção canarinho foi muito especial. Mas não foi um encontro casual, foi um reencontro.
As duas camisas que Lorran segura foram presentes do atacante. A amarela, de 2023, e a azul, ele ganhou na última segunda-feira. O menino de 11 anos é autista e viveu uma das maiores emoções da vida dele.
Mas como uma criança que mora em Cascavel saiu daqui para ir até São Paulo, no hotel onde a seleção estava hospedada, e com a certeza de que teria um momento com o atacante?
A gente explica: Lorran é do Pará, de Oriximiná, e há dois anos mora em Cascavel. Em 2023, a família se mudou para Belém (PA), onde ficou sete meses em uma casa de apoio para tratamento de crianças autistas.
O centro especializado fica quase em frente ao hotel onde a Seleção Brasileira ficou concentrada para a estreia nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo.
Lorran foi assistir a um treino aberto ao público, levou um cartaz para Richarlison, pedindo a camisa do atacante. Ao final da atividade, ganhou mais do que isso. Richarlison chamou o garoto e a mãe dele para conversar.
Ficou sabendo do autismo, deu a camisa amarela, um boné e ingressos para o jogo contra a Bolívia, dizendo ainda que queria rever o menino em outra oportunidade.
Detalhe importante: Lorran precisa fazer um tratamento por conta do autismo e a família decidiu leiloar a camisa. Mas o garoto não queria fazer isso sem a autorização de Richarlison.
Renato, que tem um podcast, o Quebradas Cast, ficou sabendo da história e, fazendo a cobertura da seleção, ajudou a intermediar o encontro. Mas, diferente do encontro em Belém, dessa vez foi mais difícil. Lorran precisou driblar a segurança e, graças ao técnico Carlo Ancelotti, teve sucesso.
Renato registrou o momento em que o técnico da seleção pediu aos seguranças para conversar com Lorran. Logo depois, chega a mãe para explicar tudo o que estava acontecendo e por que o menino precisava falar com Richarlison. Por fim, foi melhor do que todos imaginavam: teve conversa e autógrafo com Vini Jr. e com o meia Gerson.
No calor da emoção, a mãe nem se preocupou com a qualidade dos vídeos, mas já está valendo. E, pelo bem de Lorran, Richarlison ainda presenteou o menino com mais uma camisa, autografada por Ancelotti e pelo próprio atacante. A ideia era leiloar as duas camisas, mas agora Lorran quer ficar com uma delas.
Em Cascavel, Lorran, que agora é lutador de jiu-jítsu, não teve sorte e ainda está na fila para ser atendido por um neurologista. A família tem pressa porque o tratamento dele não pode esperar. Mas, por enquanto, a realidade daquilo que foi um sonho impossível ajuda.
Deivid Souza / Hora do Esporte