Foto: CATVE
Na próxima terça-feira (10) a Seleção Brasileira enfrenta o Paraguai em Itaquera-SP, no estádio do Corinthians. Depois de empatar com o Equador em 0 a 0 na estre de Carlo Ancelotti, a delegação do Brasil desembarcou na capital paulista no início da manhã de hoje (6). Enquanto isso uma criança autista de Cascavel está de malas prontas para viajar neste sábado (7) na expectativa de reencontrar um atacante que foi titular na partida disputada em Guayaquil: Richarlison.
Lorran Carlos é uma criança atípica. Ele tem 11 anos e foi diagnosticado com autismo. Ele é natural do Pará, de Oriximiná, e há dois anos mora em Cascavel. Em 2013 o menino se mudou de Oriximiná para Belém-PA, onde ficou sete meses em uma casa de apoio para tratamento de crianças autistas. O centro especializado fica quase em frente ao hotel onde a seleção brasileira ficou concentrada para a estreia nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo.
Na véspera da partida contra a Bolívia, o Brasil organizou um treino aberto ao público. Lorran jamais vai esquecer desse dia. Ele estava entre os milhares de torcedores que compareceram à atividade e escreveu um cartaz para o atacante Richarlison com a seguinte frase, escrita pelo pai a pedido do menino, " Richalison, eu sou Lorran e vim só para te ver. Me dá sua camisa! ". Foi o suficiente para que depois do treino o jogador pedisse aos seguranças para chamar o garoto. Inicialmente Lorran foi sozinho, mas Richarlison fez questão que a mãe dele estivesse junta.
Foram alguns minutos que ficarão para sempre na memória de Lorran. Ele tirou fotos, conversou com o jogador, falou sobre o autismo e por fim ganhou uma camisa e um boné do atacante, itens autografados por Richarlison. Não satisfeito, o jogador ainda presenteou a família toda com ingressos para ver o Brasil contra a Bolívia no Mangueirão, no dia 8 de setembro de 2023. A Seleção Brasileira venceu o jogo por 5 a 1, o Pombo foi titular, mas não fez gol na partida. Para Lorran, nada mudou, e o sentimento do garoto autista foi de gratidão eterna.
Após o período em Belém-PA, a família de Lorran se mudou para Cascavel para continuar o tratamento do autista, é imperativo, sofre de ansiedade e tem déficit de atenção. Só que em pouco mais de dois anos, poucas vezes ele foi atendido pelo poder público. O quadro se agravou e agora para continuar o tratamento na rede particular, que é caro, a família decidiu vencer a camisa e o boné que o menino ganhou de presente de Richarlison, já que não tem recursos financeiros para pagar o tratamento.
Maria dos Santos Aguiar, mão de Lorran, afirma que no começo o garoto foi irredutível, mas que depois entendeu a necessidade, com uma condição. "Ele disse que jamais iria vencer a camisa da seleção, presente do Richarlison, sem antes pedir autorização para o jogador. Quando nos encontramos com o Richarlison, ele falou que queria ver o Lorran novamente".
Um homem que ficou sabendo da história de Lorran pela internet, entrou em contato com a família disposto a ajudar, uma vez que os pais não tinham condição de comprar as passagens para ir até São Paulo. Essa pessoa que não teve o nome divulgado pela mãe, comprou as passagens e disse que pode ajudar o autista a rever Richarlison, que pode acontecer na próxima segunda-feira (9) ou terça-feira (10).
Diante desta expectativa, Lorran agora precisa controlar a ansiedade, mas conta os dias para um novo encontro. "Eu fiquei muito feliz e muito emocionado quando vi ele (Richarlison) pela primeira vez. Não aguentei de emoção e acabei até desmaiando. Se acontecer de novo quero dar um abraço bem apertado nele e dizer que eu amo ele", disse Lorran.
A criança não esquece o objetivo da viagem. "Quero pedir para ele se eu posso vender a camisa que me deu para eu continuar o tratamento. Isso também é muito importante para mim", completou em conversa com a CATVE.
Lorran pratica jiu-jitsu em Cascavel em um projeto social desenvolvido na Associação de Moradores do Floresta. O professor, Ezequiel Caldas Moça, que veio de Manaus-AM e que mora em Cascavel há três anos, explica que o esporte é fundamental para a evolução do autista. "Lorran pode não levar jeito para o futebol, igual o Richarlison (risos), mas na luta vai muito bem e já conquistou quatro medalhas em competições que disputou, três de ouro e uma de prata".
Para reviver o sonho de encontrar o atacante Richarlison novamente, Lorran pede ajuda para custear as despesas com diárias que ter em São Paulo. Como ele embarca neste sábado (7), de ônibus, e vai precisar ficar até terça-feira (10), a família vai ter dificuldades para pagar os valores de estadia, incluindo refeições, dele e da mãe. O pai de Lorran e outros quatro filhos vão permanecer em Cascavel, na torcida pelo reencontro.
A mãe pede para que quem possa colabora, envie um pix para a seguinte chave: 93 99189-4814 (celular). O pedido é para arrecadar aproximadamente de R$ 600,00. Caso ultrapasse esse valor, ele deverá ser utilizado para ajudar a custear o tratamento de Lorran.
Richarlison tem sido alvo de muitas cobranças por parte da torcida. Sem marcar gol pelo Brasil desde a Copa de 2022, quem sabe o Lorran possa levar um pouco de energia positiva para o centroavante.
Deivid Souza/Redação Catve.com
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