Foto: Cesar Greco/Palmeiras
A CBF anunciou, nesta terça-feira (5), as mudanças para o Campeonato Brasileiro de 2024, que começa em abril. A reunião que bateu o martelo nas novidades também discutiu um velho tema: os gramados sintéticos. O debate reuniu, além da própria confederação, os clubes da Série A e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf).
Apenas Athletico-PR, Botafogo e Palmeiras mandam seus jogos em estádio com grama sintética. O clube paulista, contudo, tem jogado na Arena Barueri, de grama natural, até que os problemas do Allianz Parque sejam resolvidos.
O Atlético-MG tem planos de instalar grama sintética na Arena MRV, inaugurada ano passado e já com críticas ao campo. Há uma mobilização de outros clubes para um veto aos "tapetes". Um comitê vai passar a debater a questão, prevendo uma possível proibição, mas não há chances de isso acontecer ainda em 2024.
Entre os clubes, é possível perceber defensores mais intensos em cada um dos lados. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, defende a manutenção dos gramados sintéticos. Até mesmo um desempenho baixo em gramados sintéticos diante de adversários como São Paulo, Flamengo e Fluminense é citado como argumento.
Do outro lado, um exemplo é Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, que é crítico a esse tipo de piso. Apontam-se prejuízos na performance esportiva e aumento de lesões. A CBF não considera as análises feitas até então como conclusivas e quer chegar a uma avaliação própria a partir de uma consultoria estrangeira e de uma Comissão de Médicos. O debate será levado também a representante dos clubes das Séries B, C e D.
Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa especializada em infraestrutura esportiva e que já instalou mais um milhão de metros quadrados de gramados sintéticos esportivos, aponta a análise financeira que também deve ser feita por trás dessas decisões.
O assunto é mais um elemento na rivalidade entre Palmeiras e São Paulo. Os clubes estão com relações acirradas desde o último clássico, empatado por 1 a 1, no MorumBis, no último domingo (3). Nos últimos anos, a equipe tricolor relata lesões importantes na casa do adversário.
Um grupo formado pelo São Paulo, como representante da Libra, e outros quatro clubes da Liga Forte Futebol (LFF) posiciona-se contra o gramado artificial. O contra-argumento palmeirense é a falta de discussão sobre a qualidade mínima dos gramados naturais. Em 2023, Maracanã, Mineirão e Mané Garrincha foram alguns dos estádios criticados pela grama. Os três sediaram jogos da Copa do Mundo, há 10 anos. A CBF ainda não se posiciona, mas deixa claro que o veto só seria possível a partir do próximo ano.
Redação Catve.com
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