Em época de empoderamento feminino, valorização da mulher e luta pelos direitos, uma cascavelense de 22 anos passou por situação constrangedora nesta quarta-feira (6), quando foi abordada através de mensagens por um dirigente do FC Cascavel, time que disputa a primeira Divisão do Campeonato Paranaense de Futebol.
Segundo os relatos da farmacêutica, registrados nas conversas, o representante do time procurava bailarinas para se apresentarem no estádio durante as partidas do Estadual, mas a exigência era que fossem bonitas e com " corpão", segundo ele "para chamar mais a atenção".
O assunto veio a tona quando a bailarina e professora de pole dance, que também é mestranda em farmácia, resolveu tornar publica a situação e fez um desabafo na rede social, inclusive com os "prints" da abordagem, consideradas por ela ofensivas e machistas.
O post rendeu quase 80 compartilhamentos e muita polêmica.
Durante a conversa, o integrante insiste que o fato de serem bonitas, atraem e agradam, chamando atenção, o que seria bom para o marketing do clube.
A jovem respondeu dizendo que a "dança já chama atenção e deseja boa sorte", afirmando que nenhuma mulher aceitaria trabalhar nas condições apresentadas por ele, mas que gostariam de ser reconhecidas pelo trabalho, esforço, talento e habilidade.
Durante conversa com nossa equipe, ela explicou que a assessoria do time entrou em contato com ela, pedindo desculpas e afirmando que este não é o posicionamento do clube e que não havia desenvolvido nenhum projeto ou inscrição para este tipo de ação.
O FC Cascavel alega ainda que a procura pelas dançarinas não partiu de nenhum dirigente, mas de alguém que decidiu usar o nome do clube de maneira maldosa para tirar proveito da situação.
A assessora ainda reforça que estaria à disposição para que o caso não se tornasse "uma bola de neve".
Desde que o fato foi divulgado, o apoio veio de todas as formas: através de mensagens de outras mulheres, movimentos que lutam pelos direitos femininos e até mesmo de dirigentes de outros clubes, que afirmaram repudiar tal atitude.
Mesmo tendo agradecido o contato da assessoria do clube, a bailarina destaca que é importante que qualquer forma de assédio, moral, verbal, seja combatido, especialmente quando se refere ao trabalho, função, ou atividades desenvolvidas pelas mulheres que buscam através da dedicação e do esforço, reconhecimento.
NOTA OFICIAL
Por meio de nota oficial o Futebol Clube Cascavel afirmou que o autor das mensagens não faz parte da diretoria e não tem autoridade para responder pelo time. O clube lamentou o ocorrido e garante que o FC Cascavel entrou em contato com a profissional para esclarecer os fatos.
O clube reforça ainda que "a postura da diretoria em relação à participação das mulheres no universo do futebol é totalmente diferente daquilo demonstrado equivocadamente nas mensagens. Seja no dia a dia do Centro de Treinamento, nas ações desenvolvidas na cidade ou durante os jogos, o FC Cascavel vem trabalhando com respeito e dedicação para que cada vez mais mulheres possam se sentir confortáveis no ambiente esportivo: seja trabalhando com futebol dentro e fora dos gramados ou nas arquibancadas torcendo pelo time."
Redação Catve.com
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