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Dedo De Deus - por Douglas Zubéldia


Imagem de Capa

Em janeiro de 2013 durante minha viagem para Argentina, conheci uma escaladora carioca muito simpática, da qual me tornei amigo, ela se chama: Suzana Hinds. Durante nossas conversas, uma delas que me chamou muita atenção foi a de que ela não conhecia o Dedo de Deus, montanha muito famosa do Rio de Janeiro com 1 692 metros de altitude e cujo contorno se assemelha a uma mão apontando o dedo indicador para o céu. É um dos vários monumentos geológicos da Serra dos Órgãos, que fica localizada na Serra do Mar, entre as cidades de Petrópolis, Guapimirim e Teresópolis. O pico é um símbolo do estado do Rio de Janeiro, figurando na bandeira e no brasão do mesmo. De certa forma achei engraçado ela não conhecer, pois mora a apenas 100km do local, e eu já havia escalado ela duas vezes, isso morando a 1.500km da montanha. Foi então que prometi leva-la ao cume do Dedo de Deus. Havia feito a mesma promessa para minha esposa, e também alguns amigos já haviam me pedido para guia-los. Fechamos um carro em quatro pessoas, eu, minha esposa Carolina Zamarchi, e mais dois amigos, Rafael Reollon e Felipe Bazanella. Levamos 19h de carro para chegarmos ao Rio de Janeiro ? RJ na casa da Suzana, onde passaríamos a noite, e então de madrugada iriamos para Teresópolis para escalar o Dedo de Deus. Do Rio de Janeiro até o local onde se deixa o carro estacionado para escalar, são aproximadamente 2h de viagem, e quando chegamos era 5:30 da manhã. Com mochilas nas costas inicia-se a caminhada, aproximadamente mais 1h até a base da montanha, a trilha é bem aberta e íngreme, mas fomos em um ritmo legal. Por ser minha terceira vez, tudo fica mais fácil, e conhecer todo o percurso, saber que o dia e as condições climáticas eram perfeitas, isso me deixava muito tranquilo para estar guiando quatro pessoas que não conheciam o local. Entre vários relatos que li sobre essa escalada, uma grande maioria dos escaladores, acabam se perdendo por não ter ninguém que conhece o caminho ou porque o clima instável acaba virando de um lindo dia ensolarado para chuva e tempestade, e acabam presas na montanha durante a escalada. Quando chegamos a base da montanha, rapidamente fizemos um lanche, nos equipamos e começamos a escalada. Fui na frente para mostrar o caminho, que começa numa sequência de cabos de aço, mais acima essa sequência de cabos e trepa matos se dividi em duas rotas, uma para a via dos irmãos Teixeira e outra para via Leste, a qual iriamos fazer por ser a de visual mais lindo. Nesse local aguardei todos chegarem para ver o nascer do sol e para fazer mais um descanso breve. Assim que todos chegaram o sol começou a nascer, passamos a enxergar o horizonte, o brilho nos olhos deles era indescritível, e de onde estávamos dava para ver a montanha do Escalavrado ao lado, um monólito de granito gigante e imponente que fica logo abaixo. Desse ponto em diante, caminhamos mais um pouco pela encosta, mais alguns trepa matos até que por fim chegarmos no local onde realmente começamos a escalar. Eu fui na frente mostrando o caminho e guiando para Carol e o Felipe, Suzana e Rafael vinham atrás dividindo a ponta da corda. Escalamos devagar, aproveitando ao máximo cada minuto da subida, tirando diversas fotos e selfies. Nesse ritmo antes mesmo de chegarmos ao cume começamos a escutar vozes de outra dupla que estava nos alcançando, e basicamente chegamos todos juntos ao platô da escada que leva ao cume. Foi incrível, mesmo demorando o céu ainda estava aberto, normalmente depois do meio dia o tempo fecha e forma-se nuvens que encobrem a montanha, mas nesse dia fomos presenteados pela natureza e podemos contemplar toda aquela bela vista do cume do Dedo de Deus. Por Douglas Zubéldia. Confira as fotos dessa aventura:

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