Paraná carece de novos líderes

Pedágio e pandemia expõe necessidades, vilões e mudanças no PR


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Artigo escrito pelo jornalista Pedro Sarolli A provável perda da queda de braço com o Governo Federal e com o Governo do Paraná sobre o novo modelo de pedágio no Estado, que deve ter o modelo imposto no literal "goela abaixo", promove uma reflexão sobre a necessidade de novos líderes no Paraná. Mesmo popular e, até agora, realizando uma boa gestão, Ratinho Jr em primeiro momento defendeu o modelo atual. Em reunião privada com empresários e líderes associativos na região Oeste, ele mesmo reclamou das críticas e indicou que o pedágio aconteceria de qualquer forma. Depois, percebendo a rejeição e sendo alvo de manifestações duras em Cascavel, por exemplo (como nunca antes havia recebido), começou a mudar o tom. No entanto, não convenceu estar ao lado dos paranaenses. Os motivos são a maior dúvida. Medo de enfrentar o Governo Federal? Incapacidade de lidar com situações adversas? Ou, simplesmente, falta de interesse em defender a alteração das regras pedidas pela sociedade civil organizada e, também, pelos deputados estaduais e federais? Cabe ao tempo ou a ele mesmo responder. Apesar da inação em relação à renovação da maior chaga da história paranaense, Ratinho não é o principal culpado. Há uma distorção grave em relação à manifestações para com ele. O verdadeiro culpado e impositor do modelo é o Governo Federal, liderado por Jair Messias Bolsonaro. Ele criou o modelo novo, ele elaborou os projetos e ele, por intermédio do ministro da Infraestrutura Tarcísio, quer implantá-lo a qualquer custo. Não há como não culpar Bolsonaro por isso. Somado à pandemia, que destruiu famílias, tirou vidas e afetou brutalmente as receitas públicas e a economia em geral, a derrota política o do dano irreversível e atroz trazido pelo pedágio proposto ocasionará ainda mais problemas: afastamento de investimentos a outros estados entre outros prejuízos, também será uma grande derrota das instituições, associações e cooperativas. Unidas, diversas têm trabalhado em prol da alteração do pedágio, mas caso não forem ouvidas - como o cenário se desenha - fica claro que a força que acreditam que tenham, ou melhor, que deveriam ter, é nula. Como já ficou comprovado em manifestações populares, há muito pouco atendimento aos clamores da sociedade por parte dos políticos. São as entidades, representantes de diversos grupos empresariais, sociais e afins, que promovem avanços e cobram os governantes. Se nem elas são ouvidas, é de se perder as esperanças em relação a tudo. Prova-se que é necessária ainda mais renovação na política e, porque não, nas próprias entidades. Necessidade de novos líderes Neste cenário catastrófico e penoso, permeando-se entre pedágio e pandemia, surgem novos líderes em diferentes esferas da sociedade no Paraná. Um deles é o próprio secretário de saúde do governo do Paraná, Beto Preto. Uma das melhores gestões da saúde do Brasil (o Paraná é o segundo que mais vacinou, mesmo recebendo menos doses proporcionalmente à sua população), a pasta sob sua batuta conseguiu estancar a sangria e as mortes da pandemia no Estado. Dobrou número de leitos, não comprou respiradores caros e não houve nenhum caso de corrupção. As ações foram consistentes e comprovam um novo tipo de líder necessário no Poder Público: o médico/gestor/político. Muitas vezes vimos médicos assumirem pastas da Saúde sem nenhuma experiência política, muito menos de gestão. Como Beto já foi prefeito de Apucarana, reeleito com expressivos 87% dos votos aproximadamente, essa experiência agregada à medicina de formação o auxiliaram a ter um ótimo trabalho. Vale lembrar que os números da pandemia não são melhores pela própria irresponsabilidade da população, que continua a desrespeitar regras básicas. Por isso, Beto Preto se catapultou como provável candidato certo ao Senado Federal pelo PSD em 2022 e forte candidato à vitória, tendo em vista às últimas eleições. Os improváveis Flávio Arns e Oriovisto Guimarães venceram nomes certos como Requião e Beto Richa, o que aponta para um cenário de troca de velhos representantes para novos, como Alvaro Dias para Beto Preto. Outro em ascensão, no Oeste do Paraná, é o empresário Edson Vasconcelos. Sempre envolvido em questões industriais e do associativismo empresarial, ele tem sido um dos líderes na questão do pedágio há muitos anos. Ele sentiu o gosto de cargo público quanto esteve à frente do da Secretaria de Planejamento de Cascavel, e, quem sabe, talvez devesse buscar uma vaga na política. Com o provável "goela abaixo" do pedágio, é necessário buscar postos onde realmente se pode mudar a política: na própria política, infelizmente. Foto: Assessoria

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