No mesmo tempo que ocorria a audiência pública virtual para debater, de forma oficial, a concessão dos pedágios, o Ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas, dizia a um grupo de deputados que o Governo Federal estava abrindo mão da outorga.
"Isso, com certeza, vai amortecer o impacto tarifário. O modelo sai daqui muito melhor com esse passo dado, acabando com a outorga e deixando o dinheiro no projeto, deixando o dinheiro no estado do Paraná e fazer com que vire maior investimento e menor tarifa", avalia Tarcísio de Freitas, disse o ministro.
Essa fala gerou muita discussão no meio político e empresarial. Com ela, veio sem muitos debates. A notícia foi recebida como uma manobra política.
A explicação vinda do meio empresarial é que, na verdade, a outorga vai continuar, mas apenas com um novo direcionamento, continuando como critério de desempate.
"Estamos esperando uma resposta oficial do Ministério pois o entendimento é que houve somente o direcionamento da outorga ao Paraná mas ela continua como critério de desempate e não mudou a limitação de desconto", detalha Edson Vasconcellos.
Na audiência pública, a ANTT expôs os detalhes de como será a obra.
A concessão será em seis lotes, com investimentos de R$ 42 bilhões em obras e outros R$ 34 bi de operação, que é o valor previsto para a manutenção, funcionamento e atendimento aos usuários. Isso para 30 anos de contrato.
Os lotes 5 e 6 atingem a região Oeste do Paraná; são 1.783 km de duplicação, sendo 357 de faixa adicional; 260 km de vias marginais; 195 passarelas e mais de 1000 interseções; 4 obras em serra e 9 contornos urbanos; 3 áreas de escape; 11 áreas de descanso para caminhões; 31 postos de atendimento ao usuário, sendo 19 novas unidades.
Também tem a promessa de câmeras em 100% das pistas, com detecção automática de acidente, iluminação em led e wi-fi, com aplicativo para chamadas de emergência.
A ANTT também cita as obras específicas para a BR 277.
No momento das falas dos participantes, o pedido para que haja a tarifa baixa e revisão da arrecadação de impostos.
Durante o evento, um alerta preocupante: existe o risco de que os contratos sejam prorrogados.
Veja os depoimentos dos participantes no vídeo.