Defendida por algumas centenas da famílias de Cascavel, a implantação da educação domiciliar está em debate na Câmara. O Ministério Público já se manifestou que o homeschooling é inconstitucional e recomenda a suspensão do trâmite da matéria.
O tema é polêmico e o Ministério Público já se manifestou: uma lei municipal que regulamente o ensino domiciliar em Cascavel vai contra a Constituição.
O homeschooling está em debate no meio político e educacional e na próxima quinta-feira vai pautar uma audiência pública.
Ocorre que às vésperas do evento, o promotor de Proteção da Infância e Adolescência, Sérgio Machado, enviou um posicionamento bastante enfático à Casa de Leis.
"O Município, a priori, não dispõe de competência para legislar sobre o direito à educação, cabendo à União", diz o parecer.
O promotor segue explicando que não é tarefa do Município fazer a tarefa de regulamentar o assunto.
"Haja vista que a temática não está regulamentada por lei federal, não houve estabelecimentos de diretrizes na União, não cabe ao Município fazer essa tarefa".
E expõe uma dificuldade na proposta: a fiscalização do cumprimento de conteúdos previstos.
"Além do respeito à idade de matrícula escolar obrigatória, é imprescindível que se observe as matérias necessárias do currículo com fundamento na Base comum curricular, bem como ocorrerá a fiscalização desse ensino pelo Poder Público".
Na prática, segundo a Promotoria, não há uma garantia que a matéria dada pelos pais ou responsáveis serão suficientes para seguir a base curricular, o que inviabiliza a prática.
"Normatização a respeito do conteúdo a ser ministrado bem como a forma como ocorrerá a supervisão para se assegurar que a matéria dada pelos pais ou responsáveis serão suficientes para continuação do formato de ensino inviabiliza a prática".
Por fim, o Ministério Público crava que o Projeto de Lei é inconstitucional.
"Em vista de todos esses argumentos, o posicionamento é no sentido da inconstitucionalidade do Projeto da Lei Municipal da C mara Municipal de Cascavel".
E recomenda que a tramitação seja suspensa até que haja uma lei federal sobre o assunto.
"A suspensão da eficácia do Projeto de Lei, se por ventura for aprovado, ate a definição das diretrizes por de lei federal acerca do homeschooling".
Saindo do campo técnico e entrando no campo político, o parecer da Promotoria tem apoio e que colocar o homeschooling em votação será inócuo.
O autor do projeto, Olavo Santos pensa diferente.
"A Câmara não é subserviente ao Ministério Público. Na omissão do legislador federal, existe uma lacuna que cabe a nós trazer o debate [...] Existem crianças com autismo que sofrem bullying que precisam de educação especial".
A audiência pública está marcada para esta quinta-feira, às 8h, na Câmara de Vereadores.
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