Agro

Do micro ao macro: o cooperativismo propulsor de vidas e de comunidades no Paraná

Cooperativas buscam viabilizar a integração entre os associados, colaboradores, economia e meio ambiente


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Foto: Catve

Evolução, empreendedorismo, sustentabilidade, colaboração, integração, desenvolvimento, tecnologia, nutrição e cooperativismo. Entre todas as palavras citadas, o agronegócio no Paraná representa, para os cidadãos, tudo isso e muito mais.

Por aqui, milhares de famílias são impactadas diariamente pelas cooperativas, que visam à livre adesão, gestão democrática, autonomia, educação, cultura, interação, troca de conhecimentos e o desenvolvimento econômico. Princípios que geram benefícios e renda, desde as pequenas famílias até as mais distintas regiões do Estado.

José Novak, Patrícia Küster Novak, Fiedler Florestal, Antônio Luiz Nascimento, Gloria Zunilda Velazquez, Junior Marius e Dilvo Grolli. Todos tiveram a vida transformada com o trabalho desenvolvido em indústrias, fazendas e cooperativas.

MAS COMO ISSO CHEGOU POR AQUI?

Cascavel, um dos municípios do oeste paranaense marcado pelo agronegócio, possui uma importante associação que carrega o nome da cidade: Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel). A Coopavel foi fundada em 15 de dezembro de 1970 por 42 produtores rurais cujo objetivo principal era ser uma alavanca para a comercialização da agricultura e da pecuária no Oeste do Paraná. A cooperativa é extremamente importante para o desenvolvimento da cultura e da economia na região, e já conta com a colaboração de 1.500 engenheiros agrônomos, 450 veterinários zootecnistas e 80 engenheiros ambientais. O presidente-diretor da Coopavel, Dilvo Grolli, relembra um pouco da história.

"A Coopavel evoluiu e está próxima de completar seus 52 anos, e hoje é uma cooperativa que tem mais de 6.500 produtores rurais, mais de 8.500 colaboradores e atende o mercado de grãos, insumos, carne", ressalta Dilvo Grolli.

Para ele, o segredo do sucesso para que a Coopavel se estabelecesse como uma das gigantes do Brasil são os princípios cooperativistas e os profissionais altamente qualificados que garantem o desenvolvimento da empresa.

SHOW RURAL

Além da importância econômica, a cooperativa sempre prezou pela troca de conhecimentos, fomento de tecnologias e desenvolvimento de pessoas e comunidades, pilares do Show Rural Coopavel.

"A Coopavel foi pioneira e fez o primeiro evento do Brasil com padrão de tecnologia para os produtores rurais e que tenha não somente a apresentação estática de um produto, mas a dinâmica da apresentação com o plantio, a colheita, com os tratos culturais", explica Dilvo ao lembrar do Primeiro Show Rural, em 1989.

Dilvo Grolli também destacou o protagonismo da tecnologia presente no Show Rural.

"No último evento em 2022, participaram 600 empresas e 285 mil pessoas. E não são só números que traduzem a grandeza do evento, é o conhecimento! Não existe progresso, não existe competitividade se nós não estivermos aliados à tecnologia, é isso que nos coloca na vitrine mundial, e o mundo é globalizado", conclui.

Além da sede em Cascavel, a Coopavel também conta com o frigorífico e indústria de laticínios, óleos e fertilizantes em vários municípios do Oeste e Sudoeste do Paraná.

PROJETOS SOCIAIS E SUSTENTABILIDADE

A cooperativa criou a Universidade da Coopavel (Unicoop), que atende milhares de produtores rurais, colaboradores da cooperativa e pessoas da sociedade em geral com o objetivo de fornecer informações e conhecimento para que todos possam transformar seu trabalho em um produto econômico com nível de competitividade mundial.

A Coopavel também conta com projetos voltados ao desenvolvimento social. Um deles propõe a reciclagem de materiais tóxicos e insumos para dar destinação correta ao descarte dos produtores. Outro viabiliza o reuso da água da chuva para economia nas propriedades. Já o Programa Água Viva visa à preservação das nascentes a fim de que os agricultores tenham água limpa nas propriedades. Ao todo a cooperativa contempla 13 projetos na área social, ambiental e educacional.

Dilvo Grolli está na diretoria da empresa desde 1985 e, ao longo desse tempo, viu a própria vida ser transformada e teve a oportunidade de perceber a vida de milhares sendo modificada diante dos próprios olhos. Os associados têm a chance de alavancar a produção das propriedades e adquirir casas, carros e contribuir com a escolarização dos filhos.

COLABORADORES E IMIGRANTES

O Brasil é o quarto maior produtor agropecuário do mundo, atrás apenas de Índia, Estados Unidos e China. Nesse contexto, as cooperativas desempenham um papel importante e, por isso, atraem trabalhadores de todas as regiões do país e também do exterior, sendo que 40% dos colaboradores da Coopavel possuem origem estrangeira.

Fiedler Florestal é natural da Venezuela, chegou ao Brasil em 2015 e é encarregado de produção na cooperativa.

"Na Coopavel você tem a oportunidade, é só colocar foco e determinação. Existem várias pessoas que também vêm da Venezuela e outros países e a Coopavel nos recebeu de braços abertos", destaca o colaborador.

Gloria Zunilda Velazquez saiu com a família do Paraguai, em 2013, devido à crise econômica e está trabalhando na Coopavel há quase quatro anos.

"A Coopavel ajudou bastante, ajudou a minha família, então eu agradeço muito essa oportunidade que me deram. Graças a isso, eu comprei a minha casa, o meu carro e a minha moto", disse, contente.

Junior Marius deixou o Haiti, é encarregado e trabalha na empresa há oito anos. Quando chegou à cidade enfrentou muitas dificuldades. Agora, contudo, integra o quadro de colaboradores da Coopavel e vive de forma confortável. Ele trouxe a família posteriormente e aprendeu o idioma já em Cascavel.

O brasileiro Antônio Luiz do Nascimento presta serviço à cooperativa há 24 anos e, atualmente, atua como monitor de desossa de pernas no setor de aves. Dentro da empresa, ele construiu amizades e, ao longo do tempo, adquiriu casa e carro. Com o salário, ele também conseguiu sustentar a família e garantir aos filhos qualidade de vida.

TRABALHADORES RURAIS DO CENTRO-OESTE

O cooperativismo que beneficia os agricultores carrega nas veias a força do trabalhador rural. Como José Novak e a esposa Patrícia Küster Novak, que construíram a própria história trabalhando na agricultura como funcionários. Os dois cresceram no interior e hoje cuidam da família no ambiente do agronegócio.

José Novak trabalha com jardinagem, cuida das cabeças de gado e auxilia na agricultura sempre que necessário, enquanto Patrícia realiza serviços domésticos na casa sede da Fazenda Capão Redondo, em Candói. Trabalho árduo, porém gratificante.

Patrícia Küster Novak revelou o ambiente positivo para a educação das duas filhas: Júlia e Sofia, que possuem a liberdade de brincar no gramado e viver os dias com felicidade e segurança. Ela também comentou que antes o acesso à internet era limitado e as estradas eram ruins. Agora, a situação é totalmente diferente e o futuro promete ser ainda melhor. Eles pretendem concluir os estudos. Patrícia deve terminar a graduação em gestão financeira ainda neste ano. José começou o ensino médio e deseja cursar engenharia mecânica.

Editora-chefe: Alexandra Sibele Pinto de Oliveira.

Redator: Samuel da Rocha Andrade.

Editor de vídeo: Richard Guilherme do Nascimento.

Catve.com

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