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Os católicos estiveram reunidos em silêncio e oração, nesta Sexta-Feira Santa (18), para meditar sobre o Sacrifício de Cristo na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Cascavel, no oeste do Paraná. Este é o único dia do ano em que não se celebram missas.
Para os fiéis, segundo o Vaticano, a data é um dia típico para contemplação e jejum. De acordo com a tradição da Igreja Católica, a cerimônia é composta de três momentos: liturgia, adoração da cruz e comunhão.
As igrejas estão em silêncio. Não há música e não se celebra a Eucaristia, uma vez que todos os ritos são dedicados à Paixão e à morte de Jesus.
"Durante a liturgia os fiéis tocam a Cruz, a beijam e assim entram ainda mais em contato com a dor de Cristo que é a dor de todos, porque Ele carregou na Cruz os pecados de toda a humanidade para salvá-la", explica o Vaticano.
A Sexta-Feira Santa é parte do tríduo pascal, que termina no Domingo de Páscoa com a ressurreição de Cristo. A data varia a cada ano porque tem como referência o período da Festa de Pessach (páscoa judaica).
"Quando a gente vislumbra o período de preparação para a páscoa, isso vai acontecer por uma tradição que vem desde antes do período cristão, e já era praticada pelo judaísmo", explicou à Agência Brasil Ana Beatriz Dias Pinto, doutora em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Segundo a especialista, os escritos relatam que, para os judeus, a festividade ocorria no sábado e domingo de lua cheia após o início da primavera no hemisfério norte (outono no hemisfério sul). Quando Jesus foi sentenciado, a crucificação precisou ser antecipada para não atrapalhar as festividades dos judeus.
Judaísmo e Religiões de Matriz Africana
Na celebração judaica, a data em que Jesus Cristo foi morto coincidiu com os preparativos da Festa de Pessach. Tradicionalmente, um cordeiro é morto em sacrifício para a proteção das moradias sujeitas à décima praga no Egito, que previa a descida do anjo da morte, quando todos os primogênitos seriam mortos em razão da escravização do povo judeu.
Além das cerimônias judaico-cristãs, muitas outras religiões celebram a Páscoa com liturgias que trazem um simbolismo próprio. "A umbanda e o candomblé, que são algumas das maiores religiosidades de matriz africana no país, a Quimbanda e o Batuque vão celebrar a Páscoa como uma festa de renascimento espiritual", afirma Ana Beatriz.
Via-Sacra em Cascavel
À noite, a Catedral Nossa Senhora Aparecida e as demais paróquias da Arquidiocese de Cascavel (PR) promovem a Via-Sacra. Dentro ou aos arredores das igrejas, os católicos refletem sobre os momentos dolorosos de Cristo até morrer ao lado de dois ladrões.
Na Catedral, a cerimônia está marcada para às 19h. As paróquias Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos e São Cristóvão organizaram a tradicional encenação da Paixão do Senhor. Ambos os eventos ocorrem às 20h.
Mesclando teatro e oração, os organizadores prometem emocionar o público e conectar os fiéis à espiritualidade e à devoção. As produções contam com a participação de voluntários que irão interpretar as 14 estações da Via Crucis nas ruas ao entorno das igrejas (veja as mudanças no trânsito mais abaixo).
As 14 Estações do Caminho de Cristo
O Vaticano afirma que a Via-Sacra consiste em percorrer espiritualmente o caminho de Jesus ao Monte Calvário enquanto carregava a Cruz, assim como a oportunidade de interiorizar o sentimento de sofrimento.
"Via Crucis", ou Via-Sacra, significa em latim "O caminho da Cruz". O trajeto é formado por 14 estações que representam determinadas cenas da Paixão. Cada uma corresponde a um acontecimento especial ou a maneira especial de devoção relacionada a tais representações.
Alterações no Trânsito da Cidade
Devido às encenações das Paróquias São Cristóvão e Rainha dos Apóstolos, a Transitar fará interdições no trânsito nas imediações das igrejas, com previsão das 17h às 22h30. A orientação à comunidade é buscar vias alternativas.
Paróquia São Cristóvão
Paróquia Rainha dos Apóstolos
Por Samuel Rocha | Catve.com
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