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Agente financeira na mira da PF deixa investidores no prejuízo; montante passa de R$ 80 milhões

Seis cascavelenses não recebem e conseguem acessar dinheiro aplicado em criptomoedas


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EPC - Esporte, Política e Cidadania

Era dia 28 de novembro de 2023, quando foi deflagrada a Operação Ouranós da Polícia Federal (PF), que mudou a realidade de uma mulher que não ter a identidade revelada. Ela é moradora de Cascavel, é uma das 16 mil pessoas que havia investido dinheiro na Sbaraini Capital, uma agência financeira que fazia aplicações em criptomoedas. 

Desde 2020, ela tinha aplicado R$ 210 mil, mas já confiou mais de R$ 300 mil do patrimônio à Sbaraini. A rentabilidade variada de 2% a 3% ao mês. E no resgate abatia Imposto de Renda (IR). Todo mês resgatava o rendimento. 31 para 1, podia solicitar o aporte ou resgatar pela plataforma digital. Tinha mês que vinha de R$ 4 mil a R$ 6 mil.

A partir de novembro do ano passado, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão, com bloqueio e sequestro de aproximadamente R$ 400 milhões em bens, sendo 473 imóveis, 10 embarcações, 1 aeronave, 40 veículos de luxo e alto luxo, mais de 111 contas bancárias e fundos de investimento, tudo mudou.

Os retornos mensais deixaram de cair na conta da entrevistada e de todos os clientes. Ela e outros cinco cascavelenses enfrentam o mesmo problema. Sem retorno, sem respostas e sem dinheiro. Alex Gallio, advogado especialista em ativos digitais, é quem representa os clientes lesados. Somente no escritório dele, a soma dos patrimônios é uma verdadeira fortuna. 

A empresa obtém retorno aos clientes a partir da negociação com as chamadas exchanges, uma espécie de corretora de criptomoedas. Com a movimentação para essas exchanges que pagam mais, é que a Sbaraini obtém o percentual de rentabilidade sobre as transferências. 

O maior problema é a falta de uma sinalização de quando os investidores terão o patrimônio financeiro de volta. Temos clientes de Cascavel que venderam casa para colocar recurso e pagar despesas do dia-a-dia. Tinha R$ 300 mil, e estava tirando R$ 9 mil por mês, menos imposto de renda, sobrava R$ 6 mil fácil. 

Quando a operação foi deflagrada, há três meses, o objeto da investigação divulgado pela Polícia Federal (PF) era de pirâmide financeira que chegou a captar recursos na ordem de R$ 1 bilhão.

Os mandados foram cumpridos em Balneário Camboriú, Palhoça em Santa Catarina. Porto Alegre no Rio Grande do Sul, São Paulo e Curitiba. A atuação do grupo chegou a 17 estados segundo a polícia. Só que após ter acesso ao inquérito, o que ocorreu no fim de janeiro, a defesa dos investidores constatou que processo, na verdade, é por lavagem de dinheiro. 

A 1ª Vara de Justiça Federal de Itajaí (SC), que é onde tramita o processo da Operação Ouranós, já declarou que não há como usar os bens bloqueados para ressarcir os investidores.

Ações judiciais para solicitar a devolução já foram ajuizadas. Isso porque até agora, a Sbaraini Capital apenas emitiu notas aos clientes. Numa delas, publicada em 30 de novembro do ano passado. 

A empresa se disse surpreendida pela operação da PF não ter sido chamada a prestar esclarecimentos e que os saldos dos investidores estão mantidos e preservados e também que já naquela data trabalhavam para a liberação dos acessos e movimentações das operações. 

Em reposta a Catve, a Sbaraini Capital informa que busca o reestabelecimento da operação, adimplir seus contratos com seus clientes, colaboradores e prestadores. Estamos em processo de avaliação de todo o patrimônio do empresário Eduardo Sbaraini. Tão logo seja possível, será divulgada a evolução desta iniciativa criada por Eduardo e seus corpo jurídico. 

Confira mais detalhes no vídeo:

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