Presos ameaçam medidas drásticas diante de problemas na 15ª SDP

Um barril de pólvora prestes a explodir. A cada minuto a tensão dentro da carceragem da 15ª Subdivisão Policial aumenta. Os problemas são sempre os mesmo, que sem solução, colocam em risco toda a segurança da região. Desde a noite de ontem a situação é de alerta. Os presos prometem medidas drásticas se as condições não melhorarem. "Dormem de 12 a 14 presos em cima de três colchões. Na cela que tem quatro camas, dormem de dois a três presos por cama e quatro ou cinco no chão. Temos que nos revezar", relatou um preso. Há meses não são realizadas transferências em número significativo. Detentos de outras comarcas ficam presos aqui em condições desumanas. "Eu mesmo sou de Marechal, estou há 10 meses sem audiência. A gente fez a mesma coisa, pedindo um resultado para a superlotação. Me tiraram de lá e me trouxeram para cá. São comarcas de depósito de seres humanos do governo do Paraná", critica outro detento. Mais um grave problema é a falta de assistência jurídica e a demora no trâmite dos processos. Hoje, (23) um médico voluntário fazia atendimento de casos emergenciais. Um profissional fixo para assistência contínua não existe desde o ano passado. A carceragem tem 427 detentos, entre homens e mulheres. A promessa é que a partir de agora não entra mais ninguém. Os presos cobram medidas urgentes e não têm mais tempo para esperar. Se nada for feito a carceragem pode ser dominada pelos detentos. "Está a ponto de explodir a cadeia, não vai entrar mais ninguém", declarou mais um preso. O Ministério Público, o Judiciário e o Departamento Penitenciário do Estado já foram comunicados da situação. A promessa é de ações emergenciais ainda hoje. Mesmo assim o Pelotão de Choque da Polícia Militar foi acionado. O defensor público de Cascavel já solicitou a interdição da carceragem, que aguarda manifestação da Justiça. Processo semelhante já aconteceu em Toledo e Marechal Cândido Rondon.

Jornal da Catve