Familiares continuam buscas por detentos desaparecidos da PEC

O laudo do IML de outubro do ano passado comprova as agressões. A vítima foi o irmão de Dirce, preso na PEC há quase um ano. O caso não teria sido isolado, por isso a família fez denúncias ao Ministério Público e a Comissão de Direitos Humanos, mas nada foi adiante. Ela acredita que se alguma providência tivesse sido tomada, a rebelião teria sido evitada. Os maus tratos e as agressões físicas foram duas das reclamações dos rebelados. Mesmo após o acordo para o fim da rebelião, familiares ainda temem novas agressões, desta vez para descobrir quem praticou cada ato durante o motim. As mulheres receberam do diretor da unidade a garantia de que a prática não faz parte da rotina da penitenciária, mas há agentes em investigação. O trabalho de varredura e de limpeza das galerias ainda está concentrado no terceiro pavilhão. O processo deve demorar até duas semanas, ontem a tarde um dos presos desaparecidos foi encontrado escondido debaixo de uma cama, machucado e bastante debilitado ele foi encaminhado ao HUOP. Os quatro presos levados para Piraquara ontem eram os mais agitados e ainda causavam tumulto, por isso foram transferidos. Depois das transferências de ontem a tarde a PEC tem agora 230 presos e todos estão alojados em 48 celas no primeiro bloco que são as únicas que podem ser usadas. As celas são protegidas por uma laje, o problema é se chover daqui para frente, não se sabe se a estrutura poderá continuar sendo utilizada. Com as correções nas listas de transferências ainda resta um detento desaparecido. O nome não será divulgado por enquanto, por que dois corpos continuam sem identificação no IML. A possibilidade de fuga não é descartada, mas considerada muito pequena. Um pai que preferiu não ser identificado ainda não localizou o filho. Ele acredita que o preso está vivo, já que na segunda-feira a noite recebeu uma ligação dele dizendo que estava bem. Outra família também procurou a equipe da Catve afirmando não ter localizado o parente preso. Eles preferiram não gravar entrevistas, mas segundo a tia de um rapaz um familiar foi ao IML e não reconheceu nenhum dos corpos. Outro detento que até ontem a tarde era considerado desaparecido foi localizado numa comarca da região, onde foi levado para participar de uma audiência.

Jornal da Catve