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Superlotação é apontada como principal causa de rebeliões em presídios

Sistema carcerário do Paraná passa por momentos de tensão


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Tentativas de fuga, rebeliões, superlotação. O que já era um retrato do sistema carcerário ganhou cenas nos últimos dias em todo o Paraná. Na carceragem da 15ª SDP mais presos tentaram fugir, mas foram descobertos. Na varredura os agentes encontraram além de celulares, estoques e serras. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB vê com receio esse resultado, principalmente pela segurança dos profissionais que estão dentro da cadeia. "Nós precisamos cuidar com dignidade quem está detido, mas precisamos também olharmos com cuidado pelo segurança de quem trabalha lá dentro". Hoje (22) duas rebeliões foram registradas no Paraná, uma em Foz do Iguaçu e outra em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Em nas duas oportunidades os presos fizeram agentes penitenciários como reféns. Em Piraquara é a segunda vez em menos de uma semana que isso acontece na unidade. Em Cascavel, a carceragem está com 429 detentos, quase quatro vezes mais que a capacidade. Medidas de emergência tomadas nos últimos meses pela Vara de Execuções Penais até conseguiram reduzir o número de presos momentaneamente, no entanto hoje a superlotação é ainda maior. Para o chefe da carceragem a dificuldade está na rotatividade. "Nas cadeias públicas em geral nós temos sempre a grande rotatividade de presos, e é difícil manter uma rotina sempre constante, pois sempre se depende da característica de cada detento que chega". As cadeias públicas da região convivem com o mesmo impasse. Duas inclusive estão interditadas, a de Toledo e de Marechal Rondon. Nos últimos 20 dias 60 presos dessas duas cadeias foram transferidas para a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), principal válvula de escape atualmente. Com 1.116 vagas hoje o presídio abriga 999 detentos. "Nós temos uma margem aí para comportar mais presos, mas só temos condições de receber esses detentos se tivermos condições materiais, como kits de higiene e colchões". Independentemente do número de presos a PEC recebe a cada 3 meses uma verba do Fundo Rotativo de R$ 1,5 mil, que serve apenas para pequenos reparos e necessidades urgentes. Com pouco dinheiro a saída seria um novo presídio. "Imagino que se continuar havendo detenções nas demais carceragens vamos chegar ao momento que não teremos condições de receber esses detentos". "É essencial que seja construído um novo presídio na região para que dê conta desse fluxo carcerário".

Jornal Catve 2ª edição

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