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Transferência de distritos é inevitável após enchentes em Rondônia

Ao todo 1.130 famílias devem ser remanejadas dos distritos de Nazaré e São Carlos


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A cheia histórica do rio Madeira este ano causou prejuízos incalculáveis para Rondônia. Apenas em Porto Velho a prefeitura estima que as perdas nos setores públicos e privados cheguem a R$ 2 bilhões depois da vazante do rio. A prefeitura montou uma equipe para fazer um programa de reconstrução da cidade, que deverá ser enviado a Brasília até o dia 27 de maio, ou seja, 90 dias depois de ter declarado estado de calamidade pública no município. Se por um lado os estragos em Porto Velho foram muitos - deixando várias famílias desabrigadas, ruas e patrimônios históricos em baixo da água - por outro, nos distritos do Baixo e Médio Madeira as perdas são calculadas em cem por cento. As famílias de Nazaré e São Carlos, por exemplo, ao que tudo indica não devem voltar para suas localidades de origem. "São Carlos e Nazaré não possuem condições de retorno em virtude do nível de agressão com que as águas atingiram esses locais. Temos feito reuniões sistemáticas para discutir soluções a esse problema e mecanismos que indiquem para onde essas famílias devem ir", afirmou o responsável pela Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Sempla), Jorge Elarrat Em busca Ainda de acordo com Elarrat, a prefeitura já iniciou a procura por novas áreas para adquirir e iniciar a reconstrução desses distritos e as construções das residências das famílias atingidas. Ele ainda destaca que também trabalha contra o tempo para escolher a melhor forma de construir as casas. "Já temos duas áreas em vista, mas não está totalmente fechada. As próprias comunidades estão apontando possíveis locais para a construção das casas. Já tivemos reunião com o programa Terra legal para ver a possibilidade de atender os interesses. Também nos reunimos com a Emater (Associação Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia) e Banco do Brasil para ver politicas públicas para o Casa Rural", destacou o secretário. Prefeitura busca ajuda de órgãos A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Sempla) estuda o processo de construção das casas, se serão de madeira ou alvenaria. Se a escolha for pela primeira, a prefeitura analisa abrir processo para aquisição das madeiras apreendidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em relação as casas de alvenaria, a prefeitura destaca que existe a possibilidade de um aporte do Governo Federal para as construções a curto prazo. Ao todo 1.130 famílias devem ser remanejadas dos distritos de Nazaré e São Carlos. Enquanto isso, elas devem permanecer nos abrigos organizados pela prefeitura. Os primeiros dados levantados pela administração municipal apontam que as perdas na pecuária, somam 105.123, entre cabeças de rebanho suíno, bovinos e aves, além de 1,7 milhão de litros de leite, 72.400 quilos de peixe da piscicultura e pesca artesanal, apenas em Porto Velho. Reserva A programação da prefeitura é que assim que as águas do rio Madeira baixarem, as comunidade de Nazaré e São Carlos sejam transformadas em Reserva Extrativista, as chamadas Resex. Significa dizer que uma área utilizada por populações tradicionais, cuja sobrevivência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte e tem como objetivos básicos proteger os meios da vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. A princípio o poder público irá iniciar os trabalhos no local e em seguida os moradores irão dar sequência à administração das atividades.

Diário da Amazônia

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