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Cheia do Rio Madeira aumenta em 15% o preço da carne

Patinho, usado para fazer o tradicional bife, saiu de R$ 15,50 em janeiro para 17,50


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A cheia do rio Madeira passou a ter efeitos mais fortes para a população do Amazonas, afetando o abastecimento de carne e causando o encarecimento do produto em 15% no ano, segundo frigoríficos e açougues. O consumidor se depara com mais um reajuste em alimentação e sente o orçamento pesar. Em pesquisa feita em açougues e frigoríficos de Manaus, o Portal D24AM encontrou vários tipos de carne com preço mais caro. As partes traseiras ou de cortes nobres foram as que mais subiram. O patinho, usado para fazer o tradicional bife, saiu de R$ 15,50 em janeiro para os atuais R$ 17,50. O quilo da picanha custava R$ 18,50 e hoje é vendido a R$ 22, enquanto que a alcatra tinha preço de R$ 16,50 e agora está na faixa de R$ 19,80. O filé teve um dos maiores aumentos, saindo de R$ 19,50 para R$ 24, o quilo. O motivo para o reajuste é a cheia do rio Madeira. Pelo menos seis frigoríficos da região norte de Rondônia e do Acre estão com as atividades paralisadas devido à alta do rio. A produção dos seis estabelecimentos equivale a 3 mil bois por dia, o que representa 750 toneladas de carne que deixam de ser produzidas diariamente. O empresário ressalta que a carne já aumentou 15% até final de março e que os frigoríficos locais estão buscando alternativas no sul de Rondônia, Mato Grosso, Goiás e em Belém, onde os fretes acabam saindo de 9% a 11% mais caros. Carretas paradas Apenas um porto está operando em Porto Velho (RO), o que tem gerado uma fila de caminhões. A carga, que demorava em média cinco dias para chegar a Manaus, hoje leva até 11 dias. O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, confirmou que a cheia do Madeira tem prejudicado a logística do transporte de carne para o Estado. A estiagem em áreas do Centro-Oeste também influencia no preço da carne bovina. As carnes dianteiras também estão até 21,53% mais caras. O quilo da agulha saiu de R$ 6,50 para R$ 7,90 no decorrer de 2014. Já a costela custava R$ 4,50 e hoje está na faixa de R$ 5. A pá antes era vendida a R$ 8,50, mas o valor subiu para R$ 9,50. Além de procurar as carnes menos nobres, com osso, a população recorre ao frango. Produção do rebanho no AM é insuficiente para a demanda A produção de carne do rebanho de corte das fazendas do Amazonas poderia ser uma alternativa diante da falta do produto com o problema da cheia que afeta Rondônia e Acre. Mas a atividade pecuária no Estado ainda é incipiente para atender à demanda interna. Com 1,44 milhão de cabeças de gado, o rebanho do Amazonas não é capaz de abastecer o Estado, segundo a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf). Na Região Metropolitana de Manaus, existem cerca de seis abatedouros em Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, além da capital. A produção desses locais abastece uma parte pequena da região. Os demais matadouros espalhados pelo Estado atendem aos próprios municípios do interior. Já uma boa parte do gado que se concentra em Boca do Acre sai do Amazonas. Segundo a Faea, 75% das carnes consumidas no Estado são importadas de outros Estados. A produção de carnes no Estado passa pelo crivo dos ambientalistas, pois a atividade implica em derrubada da floresta nativa para abrigar o rebanho. Já os pequenos produtores que criam os animais próximos da várzea também enfrentam as dificuldades com o regime das águas.

Diário da Amazônia

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