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Ex-prefeitos de Cascavel comentam 23 anos de construção de teatro

História começou em 1991, quando Salazar Barreiros comandava o executivo


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A construção do Teatro Municipal de Cascavel rendeu muitos capítulos. Foram 23 anos de idas, vindas, paralisações e retomadas, sem que o objetivo fosse cumprido, sem que a obra chegasse ao fim. No episódio de hoje a história será contada pelos personagens que protagonizaram essa trajetória. Tudo começou em 1991, o então prefeito Salazar Barreiros realizou um concurso para a escolha do melhor anteprojeto para a construção do Teatro. O projeto escolhido foi o do arquiteto Vitor Hugo Bertolucci, mas a obra não saiu do papel. "No primeiro mandato nós começamos a fazer estudo para construir um novo teatro, mas não chegou a ser transformado, formalizado, já no segundo é que concebemos a rediscussão disso", Fidelcino Tolentino, prefeito entre 1993 e 1996. "Uma das propostas da nossa administração era fazer uma metamorfose na cultura de Cascavel, precisávamos de trabalhadores para melhorar esse quesito na cidade. E os deputados de Toledo se uniram e fizeram força perante o governo, trouxeram recursos e fizeram o teatro antes, na mesma época em que também brigávamos". Salazar Barreiros é novamente eleito prefeito e da início a obra, com a fundação do teatro municipal. Vai em busca de recursos e consegue através de emenda parlamentar o valor de R$ 6,6 milhões. Este é o documento da ALEP, e esta a proposta do convênio da secretaria de Cultura com a cidade, juntamente com o pedido ao governador Jaime Lerner, que foi assinado no dia 30 de novembro de 1999. Durante o processo licitatório empresas entraram com recursos e então houve atraso de oito meses no início da obra. O prazo do convênio está no fim, e ele então encaminha um pedido de prorrogação do prazo. O convênio com o governo do Estado de R$ 6,6 milhões de acordo com os documentos estava em vigor, mas o recurso a fundo perdido não apareceu. "O recurso que também foi buscado por nós baseado por documentos, nunca aconteceu, o governador da época Jaime Lerner simplesmente não repassou o valor. O Salazar deixou um documento assinado que não conseguiu trazer o dinheiro. E eu assumi tentei resgatar isso, mas nunca chegou até Cascavel", Edgar Bueno. "Fui até Pato Branco uma vez, sabia que Jaime Lerner estava lá, para conversar com ele". Lisias de Araujo Thomé assume a prefeitura em 2005 e retoma a obra indo em busca de recursos. "Nós começamos a trabalhar a todo custo junto ao governador Requião para que liberasse a verba para construção. Foi liberado R$ 15 milhões divididos em duas fases", ex-prefeito Lísias. "Quando o ganhador da obra não quis dar sequência na execução da obra, eu tive que chamar o segundo colocado, a Guilherme Construções, e ele disse que não valia a pena pegar essa obra, pois era muito complexa, mas depois de um tempo conseguimos convencê-lo". "Nós fizemos um termo aditivo assinado por todos os vereadores, autorizado por eles, dentro da lei de até 25% do valor da obra". "Tem que se tomar uma atitude e terminar, pois o dinheiro já está garantido. Qualquer construção que não se da manutenção vai quebrar", conclui. "Quando eu reassumi em 2009 tínhamos do total da obra física 27%, dos quais uns 5% de base, fundação. Então depois concluímos com o tempo e um custo alto da construção, e fizemos algumas mudanças, várias, para adequar o novo projeto", prefeito Edgar Bueno. "Os projetos estão concluídos, então já estamos em fase final dos projetos para poder concluir, porque a parte interna é praticamente o mesmo valor do custo da obra". A corrida contra o tempo custou caro. Pressa inimiga da perfeição. E no Tribunal de Contas o caso do Teatro Municipal está em fase final de tramitação. O processo aponta uma irregularidade grave, um erro do ponto de partida que comprometeu toda a estrutura. "Eu fico contra a parede, se eu deixo de aproveitar e faço uma outra construção, o MP entra contra mim, se eu aproveito da maneira como aproveitei, também recebo uma ação de improbidade", diz Lísias. "Tinham falhas, tinham falhas por exemplo na acessibilidade, não existia, isso precisava ser readaptado para depois iniciar a obra", conclui Edgar. Em nota o Tribunal de Contas informou que o processo pede aplicação de multas ao ex-prefeito Lísias Tomé, e ao atual Edgar Bueno, além do diretor do Paranacidade Luiz Forte Neto. O TC está julgando o financiamento da Agência de Fomento S.A. para a conclusão do teatro, que utilizou projeto básico que não satisfazia os anseios da Administração.

Jornal da Catve

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