Fiscalização da Prefeitura termina com um detido e pancadaria no centro

Durante ação de fiscalização da prefeitura aos ambulantes que ficam próximos a Caixa Econômica Federal (CEF) no centro de Cascavel, uma pessoa acabou detida pela Polícia Militar (PM) e vários produtos foram recolhidos. Os servidores, com o apoio da PM, abordaram alguns ambulantes, entre eles Fernando Gabriel Freitas, de 14 anos, que vendia alho no local. Indignado, o rapaz conta que o dinheiro que consegue utiliza para ajudar a mãe nas despesas da casa. "Eu trabalho aqui para ajudar minha mãe, não to fazendo nada de errado", contou o garoto. "Ei ei ei, aqui vocês não colocam a mão, eu tenho documentos da minha mercadoria", gritou outro ambulante. Outro rapaz que teve toda a mercadoria apreendida é um artesão. Há algum tempo ele comercializa os produtos no local e nesta tarde foi detido. Ele se negava a entregar o artesanato aos fiscais e chegou a ameaçar um dos servidores. "Não vai levar nada aqui não", dizia o rapaz. "Larga isso aí", disse o policial. A população que parou o calçadão para acompanhar a situação se mostrou indignada com as apreensões e prisão do artesão. O pai dele que também teve produtos recolhidos tentava reter as coisas do filho, quando uma verdadeira pancadaria tomou conta do espaço. "Ele não é ladrão, ele trabalha vendendo o material dele", disse a aposentada Altamira Madruga. "Ele está vendendo a arte dele, fiz minha parte e espero que não seja preso", relatou a estudante Mardja Leiquini. A fiscalização, segundo a prefeitura, é realizada ao comércio informal, principalmente com objetivo de coibir venda de produtos contrabandeados. Após pagamento de multa os ambulantes podem retirar os produtos, somente aqueles que não forem ilegais nem perecíveis. "No meu ver eles não prejudicam ninguém", disse a advogada Larissa Rossi. "A forma como foi, como o rapaz foi tirado daqui. O rapaz estava trabalhando dignamente e não foi desacato", contou o modelo Anderson Farias. O presidente da Associação dos Ambulantes foi avisado sobre o ocorrido e esteve no local. Ele disse que iria apurar o que de fato levou a prisão do artesão. "Estamos em negociação com a prefeitura e a Câmara de Vereadores para que tenha uma lei que nos ampare", explicou Anderson Farias. O rapaz e o pai dele foram levados ao 6º BPM.

Redação catve.com