Cotidiano

Burocracia em liberação de veículos lota pátios e gera gastos em cofres públicos

Somente na Polícia Civil, são mais de 2 mil veículos sob custódia da delegacia


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A região oeste é uma das rotas preferidas para práticas criminosas, e Cascavel um dos caminhos. A quantidade de crimes também é volume de carros apreendidos. Mas para aonde eles vão? Para os pátios da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Receita federal. A Civil tem o cenário mais preocupante: São mais de 2 mil veículos sob a custódia da delegacia. Ao ser recuperado, o bem furtado ou roubado vem para cá. E rapidamente retorna ao dono. A burocracia rege mesmo quando ele foi usado para a prática criminosa. É que daí passa a fazer parte do processo penal. Dando início a uma estadia sem data para acabar. O problema só cresce. São muito mais automóveis entrando do que saindo. O resultado? Uma frota imensa sem perspectiva de desocupar o pátio. No ano passado a 15ª SDP recebeu 3513 veículos. 2393 foram liberados. Saldo de 1120 que permanece deteriorando-se.As provas criminais vão acumulando, e a responsabilidade de toda essa lentidão fica por conta da burocracia. A Polícia Civil, não tem autonomia para leiloar os bens, uma alternativa para o caos. Foi justamente o leilão que ajudou a PRF a se livrar de um acervo imenso de apreensões. Em 2017 eram 1200. Hoje são 200.Ainda assim não é o cenário ideal. As restrições judiciais emperram os trâmites. Este Passat, por exemplo, está há 13 anos sob a responsabilidade da PRF. Já a receita federal tem mais autonomia, consegue dar agilidade ao processo. Os mais demorados duram cerca de 6 meses, porém, a maioria em 60/90 dias está resolvida. Rapidez atribuída a desburocratização. É para cá que as apreensões de contrabando e descaminho vem. O amontoado de carros do passado deu lugar a um pátio que ainda tem muitos veículos sim, mas com grande rotatividade. A doação a entidades ou repasse a órgãos públicos são opções viáveis para dar utilidade aos veículos retidos. Em 2017 ? 279 foram repassados. Este Uno foi para o centro social da Paróquia São Cristóvão, o Cemic. Com ele as voluntárias recolhem notas no comércio. Que depois de contabilizadas retornam em verba para a entidade. Trabalho que antes contava com um carro alugado. A boa utilização do uno contrasta com o cenário de tantos outros amontoados...que pela ação do tempo vão se transformando em sucata. Romper a burocracia ainda é um dos maiores desafios do Brasil.

Redação Catve.com

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