O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, descartou a possibilidade de pedir reintegração de posse do prédio histórico após a ocupação feita pelos estudantes na noite desta quinta-feira (3). Em nota enviada por volta das 20h30 desta sexta-feira, ele afirmou que o local será desocupado neste sábado após uma intensa negociação com os manifestantes.
"Os manifestantes que invadiram o prédio da UFPR, na Praça Santos Andrade, concordaram em desocupar o prédio símbolo da cidade de Curitiba, graças a frutífera e intensa negociação, da Comissão da UFPR para desocupação, composta por representantes da Administração Central e dos setores de Ciências Jurídicas e Humanas. Desta forma, o diálogo, a negociação democrática e o respeito institucional, formas sempre adotadas por esta gestão, mais uma vez se fizeram vencedoras, contra a intolerância, a violência e a intimidação", diz nota da UFPR, confirmando que a desocupação acontecerá amanhã.
Em coletiva, o reitor Akel lamentou, ainda, a truculência com que os alunos encapuzados invadiram a instituição, quebrando vidros e colocando correntes na porta.
"Nós fomos surpreendidos pela violência dessas pessoas, em um movimento totalmente diferente das outras ocupações, que foram realizadas de modo pacífico com o apoio das comunidades setoriais. A ação de ontem machucou a universidade e a democracia" disse ele em entrevista coletiva na tarde desta sexta (4).
De acordo com ele, a instituição criou uma comissão de negociação para dialogar com os estudantes. "Nós não temos um prazo, mas esperamos conseguir uma desocupação rápida, até amanhã ou domingo. Entendemos que já houve repercussão nacional do caso e que não há mais por que continuar com isso. A situação é nebulosa, não sabemos exatamente quem está ocupando esse prédio, se realmente são alunos da universidade ou não. O pedido de reintegração de posse está descartado enquanto houver diálogo, queremos evitar qualquer tipo de violência", completou.
Além das aulas, o prédio histórico da UFPR, localizado na Praça Santos Andrade, mantém serviços administrativos ligados à pós-graduação, ao pagamento de bolsas e prestação de contas da instituição. Segundo o reitor, as ocupações se estendem também aos prédios Dom Pedro I e Dom Pedro II, na Reitoria, e por estruturas dos cursos de Terapia Ocupacional, Educação Física, e dos campi de Artes e Litoral. "Nesses casos, o movimento é pacífico. Nós vamos dialogar com todos gradativamente", finalizou Akel Sobrinho.
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